Erro dos mais comuns no comunicar cotidiano. Canso de escutar a famosa pergunta: QUAL É A SUA DESCENDÊNCIA? Parou! Preste bem a atenção: descendência vai pela linha daqueles que, na sucessão familiar, nasceram depois. Visto isto, se um sujeito não tem filhos, não tem DESCENDÊNCIA alguma. Por isto, não dêem atenção àquela resposta mais esdrúxula ainda: A MINHA DESCENDÊNCIA É LIBANESA. Salvo o caso de você ter alguns filhos nascidos no Líbano, ou já seja libanês e tenha filhos, é mais provável que você esteja falando que tem ASCENDÊNCIA LIBANESA. Correto, não é mesmo? Alguns, acima de mim, são libaneses e assim tenho ASCENDÊNCIA LIBANESA. Corte desde logo a confusão no uso das expressões ascendência e descendência. Eu, por exemplo, na canja que dei ao direito de família, encontro a minha ascendência na raiz lusitana e bandeirante, dos Borges. Doutro lado, desbravando como bandeirante eletrônico a rede, encontrei a ascendência inglesa no Walmott.
Se quiser se safar de pecados, use da seguinte maneira: sou DESCENDENTE DE LIBANESES. Menos mal e sem ofensas às linhas tão bem elaboradas pela tradição de nosso direito civil.
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