segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Saiu no PHA

QUEM DISSE QUE O PRESIDENTE SÓ PODE SER PAULISTA?

O colunista do Jornal do Brasil, Mauro Santayana, acha que os políticos paulistas acreditam ainda em Roberto de Abreu Sodré, que foi governador de São Paulo. Sodré dizia que São Paulo era o Cabo Canaveral da política brasileira. Segundo Santayana, Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, também acredita nisso: “onde já se viu um Presidente da República de Minas? Minas não tem a Avenida Paulista, Minas não tem o Wall Street....”, ironiza Santayana.

Numa conversa telefônica com Paulo Henrique Amorim, Santayana lembra que, nas capitais, o único prefeito que não se reelegeu foi o de Manaus. Aécio Neves pegou um nome desconhecido, que na primeira pesquisa teve 6% dos votos, ficou em primeiro lugar no primeiro turno e ganhou pelos mesmos 60% a 40% do Kassab: “e os paulistas dizem que quem ganhou a eleição foi o Serra”, diz Santayana.

Santayana observa que São Paulo tem uma certa dificuldade de olhar para o resto do Brasil. E recomenda: “devagar com o andor”.

SEM ENTENDER

Como eu imaginava, ontem, hoje saiu ao alarde o comentário de que Serra é o vitorioso da eleição. Bom, Kassab está eleito. E qual a razão para dizer que Aécio não foi vitorioso??? É mistério que a indigência analítica das notícias ajuda a explicar. Serra venceu na capital. Aécio venceu na capital. E, embora muita gente esqueça, o PSDB tomou uma sova generalizada no país, perdendo muitas prefeituras e descendo a ladeira no total de votos conquistados. O problema é que muita gente acha que o Brasil é São Paulo.

domingo, 26 de outubro de 2008

O RECADO DAS URNAS

Acho que é dispensável falar que as análises feitas, antes ou depois dos resultados de hoje, são cabalmente informadas pela indigência intelectual, a mediocridade no escalar os argumentos e, não em poucos casos, formas travestidas de fazer campanha. Apenas para esfriar os ânimos da patotada, é prudente salientar que é pouco provável que SAIA UM RECADO DAS URNAS a informar o pleito de 2010. As linhas que teço a seguir, são informadas pela mesma preocupação que externei noutros comentários. Com sinceridade, sou profundo admirador do Governador José Serra. Tão admirador que não consigo entender a querença mal disfarçada de parte da imprensa à - ainda não confirmada - candidatura a presidente do tucano. Minha crítica não é aos feitos do governador (ou aos seus desfeitos), mas a forma sem-vergonha de alguns analisarem os resultados de hoje. É bem mais honesto declarar apoio, sem formas veladas e obscuras, e dizer que não suporta o governo de Lula. Aos argumentos.
Primeiro, é imbecil a tentativa de ler vitórias ou derrotas de Lula na eleição de hoje. Alguns dirão que Lula perdeu, outros dirão que Lula venceu. Bom, de concreto, até o momento, temos o modesto aumento do número total de votos dados ao PT e o crescimento - expressivo - de prefeituras governadas pelo PT. Façamos um exercício de imaginação (já que a imaginação anda em falta nos dias de hoje). Vá lá que a economia continue bombando, como está hoje, a despeito da crise financeira. Vá lá que, em 2010, o país esteja crescendo 6% ao ano. Provavelmente, Lula apresentará um candidato que será fortíssimo, não adianta alegar que não elegeu o prefeito de São Paulo (visto que alguns insistem no argumento insustentável de que, se Kassab se eleger, Serra é forte candidato), e continuará ostentando as altíssimas taxas de aprovação de hoje. Agora, imaginem se a crise pega o país pelo colarinho, recrudescendo o desemprego, baixando os níveis de popularidade e acirrando a cizânia. Qualquer um que empunhe uma boa bandeira oposicionista está bem cotado.
Segundo, a imprensa precisa, urgentemente, lembrar que a federação brasileira é composta por 26 unidades federadas, mais o DF. São Paulo é o maior colégio eleitoral, é fato. São Paulo não é o único Estado. Como relembrar é preciso, não esqueçamos que Lula perdeu a eleição em São Paulo, em 2006, mas continua Presidente.
Terceiro, se a eleição de hoje foi um teste para Lula, faça o seguinte jogo de aposta com os analistas: qual o candidato de oposição que ganhou o pleito atacando o presidente? Desconheço.
Quarto, o PSDB tem bons candidatos, Serra e Aécio. Tirando o susto, não esqueçamos que a aliança PT_PSDB deverá, mui provavelmente, eleger o prefeito de BH. Se eleger prefeito de capital automaticamente habilita alguém a ser presidenciável, Aécio e Serra estão emparelhados.
Quinto, mais uma vez o relembrar, é bom trazermos à baila as análises feitas no auge do mensalão, em 2005: Lula foi dado como politicamente morto...para se eleger presidente 8 meses depois!!!
Sexto, e para mostrar que nada é tão linear, Serra foi candidato em 2002 carregando o fardo da desaprovação a FHC. Mesmo assim, logrou excelente votação e, com força, foi ao segundo turno. Na época, no inverso, a prefeita de São Paulo era Marta que tinha derrotado, 2 anos antes, o candidato tucano (que governa SP). E Lula perdeu a eleição na capital. Ou seja, a forma como se pretendem alinhar os fatos não guarda qualquer possibilidade de resultados.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A cara do Rio

Interessantíssima a definição do Renato, nos comentários, sobre o Gabeira. Respondeu às inquietações e dúvidas que eu tinha. O Gabeira é a síntese do Rio. Tem que ser prefeito pois representa, numa só pessoa, tudo o que o Rio é. Um dia, evangélico, noutro, libertário guerrilheiro ateu. De quando em vez, semi nu na praia, outra vez, captando o voto dos conservadores. O Rio que é a capital cultural do país e a sede da Globo. O Rio que é o Estado mais ateu e, ao mesmo tempo, o Estado de forte presença dos evangélicos. O Rio onde se fuma maconha, na praia, como sinal da liberdade e do curtir a vida e, a quadras dali, come o fogo por causa do tráfico de coca, com traficantes, tiros e mortandade generalizada. De tudo isso, ressalto que o Rio é o Brasil, é a cara do Brasil com tudo ao mesmo tempo, no mesmo espaço, na mesma hora, na mesma pessoa.

Sobre a mp dos bancos

É incompreensível a reação DALGUNS à MP que trata da aquisição de instituições bancárias pelos bancos estatais. Ao longo da semana explorarei o assunto. Duas coisas surgem de imediato:
- por que no Brasil é ruim e nos EUA é importante?
- por que no Brasil é ruim e na Inglaterra é bom?
Para variar, o troféu chiqueiro da semana vai para a Miriam Leitão. Argumenta a astuta que a MP aumentará o risco Brasil por representar a possibilidade de estatização!!!! Pode!!!!??? E que tal o risco EUA, com a lambança feita no sistema financeiro de lá? Ao que consta, lá a aquisição de instituições financeiras, no desespero, foi vista como indispensável à credibilidade do próprio sistema. Só na imprensa oficiosa brasileira. Lástima...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Gabeira representa o quê?

Eu li o Gabeira aos dezesseis anos. Era impressionante. Eu vi o Gabeira candidato. É inquietante. O que ele tem a dizer? Não sei? Olho para o palanque, cercado de figuras díspares, e fico a perguntar qual a proposta, real e executável, de governo? Por alguns momentos, ele aparece como um ícone mal ajambrado de libertação. Junto com isso, apresenta as mais repugnantes manifestações de rebelde sem causa. O alcaide atual, Cesar Maia, o apóia. Quer dar um choque de gestão na administração (arghhh). Tomo como a maior incógnita da eleição: o que este homem fará, se eleito? O que Gabeira representa? É chique votar no Gabeira? É insurgente votar no Gabeira?

O crack nosso de cada dia

É imperioso que os Uberlandenses e os Uberlandinos tomem em alta consideração o problema do consumo de crack na cidade. A droga está dizimando a juventude dalguns bairros, transformando em zumbis a moçada. Falo como observador, de verdade, de vários processos crime nos quais tenho atuado. Mexe, vira, encontramos, de alguma maneira, as atitudes criminosas ligadas às pedras devastadoras. De tudo o que colhi, o inegável é que a droga produz um efeito gozoso inacreditável, fazendo pavimentar um caminho - quase - irreversível à dependência. Só para ilustrar, entrevista que fiz com um jovem, 21 anos, na Jacy de Assis. O rapaz era dono de uma biqueira. Mantinha o ponto de venda não porque alimentasse fortuna, poder, ou coisa que o valha. Mantinha a boca para sustentar o próprio vício. Não bastasse o cárcere, aloja nas entranhas cinco trouxas da pedra, dentro do corpo, sem defecá-las, até agora (dez dias se passaram), e com risco de morte. No passado, não tão distante, era um moço como eu, você, o seu filho, o seu vizinho. Agora, magriço, abobalhado, agradece por estar na prisão: nos dias que está lá, não consumiu a maldita.

As expressões malditas

O que vem a ser a expressão MASSA CRÍTICA? Um macarrão que passou do ponto crítico de cozimento????

O grampo escrito

Voltemos ao problema do famoso grampo escrito. Informações prestadas pelo assessor de imprensa do STF deixam a clara indicação de que Gilmar Mendes soube dos grampos pela revista Veja. Assim, e tomando em conta que a polícia federal chega à conclusão, após investigação na operadora de telefonia que presta os serviços ao STF, que o grampo não existiu, resta que o próprio Ministro nunca ouviu, nada, de gravação. Encurralando a informação preciosa, vislumbra-se um cenário grotesco, ou seja, há a forte indicação de que houve espalhafato, sem consistência.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Mais para o caldeirão

(http://terramagazine.terra.com.br/)

SEQÜESTRO EM SANTO ANDRÉ
Claudio Leal

Jornalista não é negociador’, critica Datena, 20/10

"No turbilhão do seqüestro das garotas Eloá e Nayara, o apresentador do programa ‘Brasil Urgente’ (Bandeirantes), José Luiz Datena, criticou no ar as entrevistas feitas por outras emissoras com o seqüestrador Lindemberg Alves, em Santo André (SP).

A Rede Record, a RedeTV! e a Rede Globo ouviram o seqüestrador, por telefone, antes da ação da polícia. Datena, da Band, afirma que teve acesso ao número de Lindemberg, mas optou por não ouvi-lo. Em entrevista a Terra Magazine, o apresentador esclarece que não fez críticas específicas a jornalistas, mas à interferência da mídia no teatro do crime. ‘(Jornalista) não é negociador. Negociador é negociador’. Expõe sua visão da cobertura:

- Uma palavra errada que você coloca, o cara pode pegar e matar alguém lá dentro. O fato de ele ter falado muito em televisão e aparecido muito em televisão pode ter prolongado o seqüestro, sim. Se o cara estava se sentindo o ‘rei do gueto’, como ele falou... Isso pode ter prolongado - diz Datena.

Para ele, a imprensa não é responsável pelo desfecho trágico. Antes de julgar os policiais, prefere esperar o resultado da perícia. Guarda, porém, uma avaliação crítica do episódio e defende que ele pode servir de lição para as próximas coberturas:

- Isso tudo pode influenciar. Não é legal. Na verdade, uma cobertura como essa serve pra todo mundo aprender: a polícia, a televisão, a imprensa. Se você isola aquele local e o cara não tem imagem de televisão, acho que a situação seria outra.

Leia a entrevista:

Terra Magazine - Por que o senhor criticou a posição da imprensa de entrevistar o seqüestrador Lindemberg?

José Luiz Datena - Eu não critiquei a opinião da imprensa, meu irmão. Critiquei o fato de terem colocado no ar... É exatamente isso que estou falando pro meu diretor agora. Critiquei o fato de, isoladamente, algumas pessoas da imprensa colocarem o sujeito, que estava sob forte pressão, com arma na cabeça de duas crianças, pra falar no ar. Primeiro que jornalista não é preparado para conversar com seqüestrador.

Não é negociador?

Não é negociador. Negociador é negociador. Não estou dizendo que o negociador da polícia cometeu erro. Se o cara que está preparado pra negociar comete erros, imagine então um sujeito que não é preparado. O cara que apresenta bem, que é bom repórter, é bom jornalista, necessariamente não é um cara preparado pra falar com um seqüestrador.

Nesses momentos, quais são os cuidados que um telejornal popular precisa tomar?

Primeiro lugar que não é telejornal popular, meu irmão. É qualquer jornal. Não foi só telejornal popular que entrevistou.

Mas, no caso, o senhor criticou o programa da Sonia Abrão.

Não foi Sonia Abrão coisa nenhuma! Eu nem sabia que ela tinha entrevistado o cara. Quem estava entrevistando era a Record. A Globo entrevistou o cara também...

Sim...

Ninguém falou de Sonia Abrão, especificamente. Eu nem estava sabendo que Sonia Abrão já tinha entrevistado o cara. É que, no meu horário, eu tinha o telefone do cara e me sugeriram falar com ele. Eu disse: ‘Não vou falar com o cara coisa nenhuma’. ‘Ah, mas a Record tá dando...’. Isso é problema da Record, não é problema meu. Não faço isso.

Isso influencia o comportamento do seqüestrador?

Não é questão de influenciar. Uma palavra errada que você coloca, o cara pode pegar e matar alguém lá dentro. O fato de ele ter falado muito em televisão e aparecido muito em televisão pode ter prolongado o seqüestro, sim. Se o cara estava se sentindo o ‘rei do gueto’, como ele falou... Isso pode ter prolongado.

A cobertura foi sensacionalista?

Não sei se foi sensacionalista, mas eu sei uma coisa: se fosse só eu que tivesse entrevistado o cara, tava todo mundo metendo o pau em mim.

Em outros os momentos, o senhor errou pra justificar esse tipo de crítica?

Quem errou?

Em coberturas anteriores, houve erros que justificassem essas críticas?

Você vai aprendendo com o tempo. Agora, não foi a imprensa a principal culpada pelo cara ter matado. Aliás, temos que esperar a perícia, pra ver realmente quem atirou. Não foi a imprensa a culpada disso tudo. Eu critiquei algumas pessoas que também não são as culpadas, do meu ponto de vista. Acho que não é legal fazer isso. É minha opinião.

O senhor disse que tinha o telefone do seqüestrador e optou por não ligar, é isso?

Optei por não entrevistá-lo.

Avaliou que isso prejudicaria as negociações?

É... Mas não estou dizendo que a imprensa foi a culpada ou essas pessoas. Nem sabia que Sonia Abrão tinha entrevistado! Até falei isso no programa de sexta-feira. Não sei por que a Sonia Abrão tá metendo o pau em mim. Não falei o nome dela. Mesmo porque sempre tive ela em alta consideração.

E falou isso no ar.

Nem sabia que era ela. É que o sujeito estava dando uma entrevista, não sei se era gravada ou não, pro telejornal da Record. Todo mundo me critica - ‘Ah, o cara faz entrevista sensacionalista...’ - e eu não coloquei o cara no ar. Acho que fui o único da televisão que não colocou. Não quero dizer que eles foram responsáveis pela tragédia que aconteceu.

Mas não cria um ambiente, em torno do seqüestro, que prejudica a negociação da polícia?

Você não viu? O cara falou que era o ‘rei do gueto’. Aparecendo em tudo que é televisão... O fato de a menina ter voltado pra lá também. Sei lá por que ela voltou pra lá, entendeu?

Isso está em outra esfera?

Pode ser a mesma também. Porque ela estava aparecendo na televisão. Isso tudo pode influenciar. Não é legal. Na verdade, uma cobertura como essa serve pra todo mundo aprender: a polícia, a televisão, a imprensa. Se você isola aquele local e o cara não tem imagem de televisão, acho que a situação seria outra. Mas não foi o fator fundamental que propiciou a tragédia. Mesmo porque não foi ninguém da imprensa que foi resgatar as meninas. Outra coisa: falam aí que a polícia americana acha que houve falhas... Qual foi a maior falha de segurança em termos de história contemporânea?

O 11 de Setembro?

Ué! Os caras enfiaram dois aviões dentro daquelas Torres Gêmeas e mais uma avião na casa de guerra dos americanos, na maior potência do mundo. Não souberam como agir na hora. Quem são eles pra ficarem criticando a ação da polícia brasileira? Deviam olhar para o próprio quintal. O mais lamentável em tudo isso foi o desfecho. Ninguém queria que isso acontecesse. Não sei se você concorda comigo, mas é minha opinião.

Nenhuma crítica específica?

Não é específica. É minha opinião. Sempre dei minha opinião. E não gostei quando disseram: ‘Ah, Datena criticou os colegas...’ Não critiquei colegas.

Há problema em criticar colegas? Não seria corporativismo evitar fazer críticas?

Todo mundo me critica. Eu critiquei quem colocou as entrevistas no ar. E, naquela hora, era uma crítica específica ao ‘Jornal da Record’, que estava colocando o cara no ar. Me disseram: ‘A Record tá colocando o cara...’ Não coloquei. O cara está seqüestrando... Bandido não fala através de televisão, não fala através de jornal. Fala através de advogados, da justiça."

TELEVISÃO
Márcio Alemão

Respeito? Como assim?, 20/10

"A mulher filé estava no Super Pop. Escrevi em letras minúsculas porque acho que se trata de um adjetivo e não um nome próprio. E tal qual a amiguinha melancia só soube fazer, exibiu seus bizarros predicados que devem encantar a igualmente bizarros cidadãos de gosto duvidoso. A certa altura, o rapaz que a acompanha passa um cartão de crédito entre as nádegas da moça. E ela o segura.

Impressiona-me sobremaneira que isso aconteça em um programa comandado por uma mulher. É evidente que sabemos que talvez não chegue a ser um COMANDO. Ainda assim, um programa apresentado por uma mulher que deveria pensar... ôpa! de quem eu penso estar falando? Ainda assim, mulheres deveriam ser mais respeitadas e outras deveriam se dar mais ao respeito.

E esse programa tem anunciantes. Isso é o que mais assusta. Ângela Bismark também esteve lá dizendo que irá fazer uma operação para voltar a ser virgem. Esse desejo da Ângela é antigo. Não cheguei a entender se ela fez a tal cirurgia ou ainda está simplesmente alardeando.

O alardear, no caso, é de fundamental importância. A modelo, ao ser questionada por um dos participantes que alegava não ser boa idéia divulgar a tal cirurgia, considerando ser a mesma delicada e nem sempre possível de ser realizada, deixou claro que isso está praticamente fora de seu controle porque a mídia internacional o tempo todo quer saber o que está acontecendo com ela.

E é verdade, gente. Mesmo nesses tempos de crise no mundo, é só zapear para dar de cara com alguma notícia sobre a Ângela ou com alguma pergunta sobre ela. Não se fala outra coisa na mídia internacional. Madonna estaria fortemente interessada no assunto e não vê a hora de chegar ao Brasil para trocar idéias com a modelo que já fez mais de 40 cirurgias plásticas. Por trás desse papo existe uma armação mercadológica. Dizem que ela, Madonna estaria armando o relançamento de seu segundo álbum, o Like a Virgin, que aconteceria logo após sua separação oficial.

Também passei pelo Brothers, do Supla e João. Vi pouca coisa. Vi uma tentativa tola de ser Chacrinha; vi, como sempre, a grande mercadoria de todos os programas de auditório: mulheres gostosas ‘dançando’. E vi um quadro daqueles que se encaixa na categoria ‘CTA’ -­ Constrangimento Total e Absoluto.

‘O que você faria por 10 contos?’ No centro da cidade, pobres cidadãos pobres sob muitos aspectos, escolhiam uma opção imbecil entre três cretinas para se submeter. Humilhar pessoas simples não é engraçado. Respeito é uma palavra meio perdida na nossa TV."

Mas nem tudo são rosas...

Entusiasmo generalizado com o - quase novo - presidente Obama. Mantenho as barbas de molho lembrando que um dos conselheiros é Paul Volcker (na área econômica). Aqui no Brasil já sairam algumas críticas de elogio. Eu prefiro lembrar da violenta política de juros do FED, de pura criação volckeriana, no início dos anos 80. Ela quebrou o Brasil. Ela quebrou a América Latina. Ele afundou o mundo numa recessão cavalar. HUM....cuidado...há um morcego na porta principal (da canção sobre o homem-morcego).

Surpresas no front estadunidense

Colin Powell, republicano, secretário dos Bush, pai e filho, surpreendeu ao declarar voto no democrata Obama. Do jeito que as coisas vão, não sobrará muito ao sr. candidato republicano.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Constituição da Bolívia

Atenção!!!! Consulta popular sobre a - nova - Constituição boliviana deve ser convocada esta semana. É esplêndido para os estudos de direito constitucional.

Será??? Extraído do PHA

APRESENTADOR DA RECORD PODERIA RESOLVER O SEQÜESTRO? O QUE DIZ SERRA?

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 2030

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

. O seqüestrador de Santo André disse que se entregaria, com as duas moças, se a Polícia aceitasse uma exigência: divulgar uma carta do Promotor, em que ele se comprometia a pedir uma pena leve, por entender que o seqüestrador vivia uma situação difícil.

. A exigência incluía que a divulgação da carta fosse feita através do apresentador da Rede Record, Reinaldo Gottino, que cobriu o seqüestro desde o primeiro momento.

. Gottino entrou em contato com os comandantes da PM na operação – Ricardo e Felix – e os dois concordaram: Gottino podia ler a carta do Promotor, porque isso poderia levar ao fim do seqüestro.

. A repórter da Record Letícia Gil, de fato, leu a carta do promotor, em primeira mão, naquela tarde de sexta-feira trágica.

. A partir de agora, passo a divulgar informações NÃO confirmadas, mas de fontes em que confio:

. O seqüestrador teria dito aos policiais que, lida a carta, ele se entregaria.

. O seqüestrador, porém, disse que só se entregaria se o Gottino saísse com ele e as moças do apartamento.

. Os comandantes da operação consultaram o Governador José Serra.

. José Serra disse que não aceitava aquela condição.

. O Conversa Afiada espera que o Governo do Estado esclareça se, de fato, uma equipe da Record – e não da Globo - poderia ter dado fim ao seqüestro.

. E se fosse uma equipe da Globo ?

. Essa é uma das questões sinistras que ficam em suspenso, nessa incompetente tentativa da PM de São Paulo de resolver um seqüestro: como é que se deixa um seqüestrador acompanhar dentro do apartamento o que as emissoras de televisão dizem dele, do lado de fora ?

domingo, 19 de outubro de 2008

Refletir...o direito político

No Rio, o 1/3 dos eleitores anulou ou embranqueceu o voto. Em Floripa, o contingente de nulos e brancos, no segundo turno, promete ser cavalar. Há a necessidade de repensar alguns pontos tabus ou esquecidos do direito político brasileiro:
- a possibilidade da candidatura independente, sem partido;
- a formulação parlamentar de governo.

Ponderar e avaliar....critica...sempre

Houve uma vez, num país distante e fabuloso, o caso de um governante que foi acusado, à exaustão, de incompetência administrativa e, nalguns casos, a incompetência chegou mesmo a ser associada à práticas homicidas. Diziam que ele era o responsável por um aeroplano ter explodido após a aterrissagem, matando muitas pessoas. De concreto, pouco havia, já que o tempo mostrou que o problema era da empresa transportadora e de má conservação da aeronave (nas gangorras das fofocas, tudo surgiu, até mesmo o problema de ranhuras na pista do aeródromo).
Passados alguns meses, um outro governante passou ileso aos vários problemas administrativos do seu governar. E, olha, não eram poucos: polícia em gládio na rua, polícia que não consegue reprimir sequestrador, metrô que sufoca as pessoas em desumana aglomeração. Não houve problema pois ele era o escolhido dos arautos.
Agora, sem fábulas, aos fatos. Considero José Serra um excelente administrador, político honesto e uma pessoa que reúne condições de governar o Brasil. Tantas condições quantas as do atual Presidente, Lula. O que eu não consigo entender é a seleção (que não é a seleção natural) da cobertura midiática. Vocês imaginaram se o Lula fosse o governador de São Paulo e enfrentasse os mesmíssimos problemas de Serra:
- o metrô está pela hora da morte, com superlotação e esmagamento no horário de pico (ninguém falou de caos do metropolitano);
- a polícia civil com mais de mês de greve, em pau armado contra a polícia militar (o querido constitucionalista José Afonso da Silva criticou isto, como ex-secretário de estado da segurança);
- a maior corporação policial do país não sabe enfrentar situações de rendição de vítimas ao cárcere por um sequestrador (olhem a tragédia de Santo André).
Definitivamente, há uns trinta e dois pesos para cada medida.

Interessantíssimo, extraído do blog do Argemiro Ferreira

Reflexões sobre o candidato diferente

Ao lado, Obama abraça abraça os avós que ajudaram a criá-lo, na formatura da high school, no Havaí. As fotos da infância e juventude, que ilustram este post, ajudam a entender sua singularidade na geografia racial. Mãe e avós brancos, do Kansas, formação no Havaí, atividades escolares e esportivas, o único encontro com o pai depois do divórcio da mãe, na praia com o avô, a visita ao seu lado africano

A queixa de que Barack Obama não é suficientemente duro ao reagir a acusações e agressões - em suma, à sórdida campanha difamatória dos adversários - persegue o candidato desde as primárias. Um leitor sugeriu até que ele devia buscar subsídios no website de Noam Chomsky. Mas Obama, ao contrário, pode ter sobrevivido tão bem aos ataques de antes e de agora exatamente por causa da serenidade e da elegância com que os enfrenta.

O democrata poderia, sim, partir para ofensiva dura, igualando os ataques recebidos e expondo verdades devastadoras sobre a injustiça do sistema. Há munição farta. Mas na sociedade americana, isso o deslocaria da faixa dos candidatos reais à presidência, com chance de chegar à Casa Branca, para a dos meramente simbólicos - como o corajoso Ralph Nader, herói legítimo dos consumidores e, por isso, rotulado de impatriota apesar da larga folha de serviços ao país na segunda metade do século passado.

Nader contesta o próprio sistema, devassa o poder, os lobbies e a corrupção das grandes corporações cujos executivos roubam o país, o acionista, o contribuinte e o consumidor. Apesar de respeitado por estudiosos sérios que conhecem sua trajetória - desde a primeira denúncia dos crimes da indústria automobilística, antes de ampliar a luta, inspirar e mobilizar organizações e ativistas - está hoje transformado em vilão e empurrado para a condição de marginal extremista.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

fenomenal...e viva o bem público de uso comum

Esta, no caderno cotidiano, Folha de São Paulo. No litoral paulista, decisão em ação civil pública determina que alguns nababos, de hotéis e condomínios de luxo, deixem de reservar a areia da praia, em frente aos prédios, respeitando o que é de uso comum do povo. O que estava acontecendo é o seguinte: os nababos pagavam seguranças para, às 5 da matina, instalarem guarda-sóis, cadeiras e mesinhas, reservando faixas d´areia da praia. Como julgavam conveniente, proibiam o populacho de usar as áreas reservadas. O incrível é que um sujeito, que se identifica como advogado, presta opinião às páginas do jornal, considerando um verdadeiro absurdo a decisão. O argumento é que o poder público tem outras coisas a cuidar, segurança, saúde...que deixe a praia reservada (para ele, é claro). Certamente faltou às aulas de direito civil e de direito administrativo....por isso, desconhece o que seja bem público de uso comum.

Por onde andas.....

Pessoal, onde está a capa da Veja de duas semanas atrás que anunciou, peremptoriamente, que os EUA salvariam o mundo?

Colossal...viva o Alexandre Garcia

O Bom dia Brasil começou bombástico: denunciaria o jeitão brasileiro das coisas não funcionarem. O Bom dia denunciaria as mamatas brasileiras. Fiquei atento, esperei. Mais ou menos sete e trinta, entram a Zileide minha lente de contato está desajustada Silva e o Alexandre Garcia para mostrarem, tchan, tchan, a colisão automobilística patrocinada pelo filho do embaixador do Paraguai em Brasília!!!!!!!!!! O guri estava bêbado. Conclusão: como é coberto pela imunidade diplomática, não pode ser demandado na esfera penal. O pior estava por acontecer. Alexandre Garcia, tal qual um tribuno da verdade, infalível, brande que é um absurdo A IMPUNIDADE NO BRASIL. SOCORRO!!! E veio coisa pior: A IMPUNIDADE NO BRASIL estava associada à imunidade diplomática e à imunidade parlamentar. DUAS VEZES, SOCORRO!!!!!!!!
1.
É conveniente lembrar que a imunidade diplomática, no Brasil, assim como em todo o mundo que se conhece, decorre de documento de direito internacional, do qual o país é signatário (assim como os EUA, a Islândia, o Canadá e, é óbvio, o Paraguai). Fiquei por entender o que os bravos moralistas apresentadores querem? Talvez seja fazer com que o Brasil denuncie o documento de direito internacional para acabar com a nossa participação nesta elementar norma de direito internacional.
2. O que isto tem a ver com imunidade parlamentar????? É de todo recomendável lembrar aos moralistas globais que a inviolabilidade parlamentar, tal qual consagrada no direito brasileiro, restringe-se aos atos funcionais dos membros do parlamento. Não há possibilidade de se invocar tal prerrogativa para escudar-se de sanções administrativas (como uma multa de trânsito) e mesmo da promoção da ação penal. E a mais intrigante de todas as questões: o que isto tem a ver com a matéria veiculada e com a imunidade diplomática????
Realmente, a capacidade de dizer bobagens é imensurável.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

No impedimento

No impedimento - o sítio eletrônico de futebol de verdade - vi a melhor de todas: Renê Simões é o Flanders.....haha, o técnico Flanders....

Onde anda???

Pessoal, onde anda Osama Bin Laden???? Entendo que ele desapareceu pois George Bush, com quebradeira financeira e tudo, é de deixar Bin Laden no chinelo. Tenho que o árabe desistiu, vendo ser impossível propagar caos maior que o de seu adversário. Qual a bandeira ele levantaria? A de que quer destruir o império (Bush já o fez)? Levar à guerra interminável na América (Bush já o fez, com incursões nos Afeganes e Iraquianos). Bin Laden perdeu...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sessão: amigos são para essas coisas...

Todos os que presenciaram as minhas aulas de teoria constitucional e teoria do Estado sabem que, já faz tempo, considero Geraldo Alckmin um banana. Aquela campanha eleitoral de 2006, contra o Lula, só pode ter sido obra de uma lesma cruzada com tamanduá (tucano não??). Pois bem, isso não me impede de dizer que, agora, se ele fosse alguma coisa, deveria xingar muita gente (hipótese remota, considerado o perfil). Em 2006, quando interessava, foi incensado por muita gente: honesto, brilhante administrador, jovem...Agora, foi ridicularizado pelos mesmos que, antes, defendiam qualquer coisa contra Lula. Alckmin foi detonado antes de abrirem-se as urnas. Viva Kassab!! Xô Geraldo. Faltou decência, faltou compostura. Se encheram a bola do infeliz, que peguem para criar e não o deixem ao relento. Alías, a eleição paulistana entra para os anais como o mais descarado caso de traição às claras (e aí governador José Serra?).

contraditório

PRONUNCIAMENTO DO MST sobre o desmatamento na Amazônia (notícia veiculada à exaustão no fim de semana):


1- Nenhum dos oito assentamentos da lista dos maiores devastadores da Amazônia, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, localizados no Mato Grosso, é coordenado pelo MST. A presença de supostos assentamentos na lista dos maiores devastadores da Amazônia é conseqüência da política do governo federal, tanto na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso quanto do presidente Lula, de regularizar a posse de áreas sem critérios adequados para inflar os números da Reforma Agrária.

2- A pilhagem de madeira foi travestida de assentamento, como denunciamos ao lado do Greenpeace, em 2007. Foram criados assentamentos ilegais em benefício de madeireiras na Amazônia Legal. Investigações do MPF (Ministério Público Federal) e do Greenpeace identificaram a falta de laudos e licenciamento ambiental, além de cadastros adulterados, para criação formal dos chamados “assentamentos fantasmas", destinados ao desmatamento de áreas florestais para extração de madeira.

3- A Reforma Agrária está parada em todo o país. Os assentamentos realizados não atacaram o latifúndio e a concentração de terras aumentou no país durante os últimos governos. Cerca de 70% dos assentamentos dos governos FHC e Lula foram criados em terras públicas, por meio da regularização fundiária na região da Amazônia Legal.

4- Participamos da campanha “Desmatamento Zero”, em defesa da Amazônia, ao lado de diversas entidades da sociedade civil. Exigimos a rejeição do Projeto de Lei 6.424/05, do senador Flexa Ribeiro (PSDB), que diminui a área de reserva legal florestal da Amazônia, e a Medida Provisória 422/08, conhecida “PAG (Plano de Aceleração da Grilagem)”, que possibilita a legalização da grilagem na Amazônia.

5- O Ministério do Meio Ambiente deve rejeitar esses projetos devastadores e tomar medidas rígidas para impedir a expansão do agronegócio na Amazônia, que é o principal responsável pelo processo de devastação. Nos últimos cinco meses de 2007, a pilhagem da madeira, a expansão da pecuária e da soja para exportação causaram a devastação de até 7.000 km2, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

Coordenação Nacional do MST

Mas que coisa....

Descobri hoje, no meio de avaliação com alunos de direito constitucional, que o livro do Alexandre de Moraes, Manual de Direito Constitucional, NÃO TRATA DO DIREITO FUNDAMENTAL DE PROPRIEDADE!!!! Eu já achava o livro ruim para burro. Agora, tenho convicção. Detalhe: é o mais vendido dos livros de direito constitucional do país!!!

Justiça do Trabalho

Aos frequentadores do espaço, da área jurídica, tenho interessante discussão a despertar. A Justiça do Trabalho, com a nova configuração de competências dada pela EC n. 45, deve julgar matérias sobre concursos públicos? Em demanda que promovo, sustento aguerridamente que sim. Afinal, a Laboral enfrenta todas as matérias pré-contratuais. No caso da Administração Pública, a fase pré-contratual é o concurso público. Aguardo comentários....

Troféu cara de pau

O troféu cara de pau vai para a vereadora Lisa Prado. Depois de meses como cabeça do Procon, indicada pelo Prefeito Odelmo, desancou a criticar A ADMINISTRAÇÃO DO ODELMO, agora que está eleita. É o mais eloquente caso de conversão oposicionista em poucos meses. Previsível, ainda emendou dizendo que o deputado Gilmar Machado não se empenhou na campanha-canoa-furada do irmão Prado. Como visto, o meu comentário político sobre as eleições, no domingo, não estava desviado (alô, alô Magalhães, viu aí?).

tricolores

Esta semana temos o Santos. A disputa continua renhida com o verde palmeirense do Renato. Este, o Verdão, tem parada duríssima contra o Figueira (que é a defesa peneira do campeonato - passa tudo e é a vítima da maior goleada - o 7 a 1 aplicado pelo Grêmio). Cruzeiro não está morto. Flamengo tá lá. São Paulo não desiste. Bom campeonato, parelho.

Estado Policial

Sugiro que tomemos imediatas providências. Semana passada, o brilhante piloto de corridas, o brasileiro Helio Castro Neves, foi conduzido acorrentado à audiência inicial do processo em que a acusação é de crime contra a ordem tributária (nos EUA). Mais ainda, as autoridades policiais e fazendárias estadunidenses vasculharam a contabilidade do piloto, com lupa, na investigação de possíveis ilícitos tributários. Narra a imprensa que o piloto verteu lágrimas, o tempo todo, alegando a inocência. ISTO É UMA AFRONTA. Acho que devemos comunicar o feito ao Ministro Gilmar Mendes para que, de maneira enérgica, convoque a Veja e denuncie a perseguição sofrida pelo Helio Castro. Mais ainda, devemos empregar toda a energia para denunciar ao mundo o que as autoridades policiais e fazendárias dos EUA fazem. Onde já se viu polícia investigando isso??!!! Por fim, recomendo que apliquemos a Súmula Suprema sobre a restrição de uso de algemas. Somente assim, acabaremos com a afronta dos EUA ao brasileiro rico, bonito e covardamente encurralado pelo Estado Policial de lá.

domingo, 5 de outubro de 2008

Eleiçôes em Uberlândia - vamos lá

Muito bem, apuradas as urnas Uberlandenses, eis as minhas impressões sobre o pleito. Impressões de alguém que se identifica com a esquerda na política.
Primeiro, a vitória de Odelmo Leão é histórica, no percentual e pela ausência de segundo turno (conquistada a maioria absoluta na primeira rodada). Isto é significativo. A política Uberlandense foi matizada, por bom tempo, pelo contraste entre esquerda e direita, durante muito tempo colorida pela disputa Virgílio x Zaire. Os dois passaram, novos atores no palco. Talvez por aí devamos iniciar a explicação pela boa vitória de Odelmo Leão. Em 2004, houve o estilhaçamento dos votos entre Zaire (à época candidato à reeleição) e o candidato petista Gilmar Machado. A trinca nas hostes da esquerda conduziu João Bittar e Odelmo ao segundo turno (com boa vitória de Odelmo Leão). Esta passagem de João Bittar ao segundo turno marcou uma das mais sangrentas arrumações do PT, sangrenta pelas feridas deixadas: Gilmar Machado manteve-se neutro e Wellington Prado moveu montanhas de apoio a João Bittar (trouxe ministros, gravação do Presidente Lula, desembarcou de jatinho para as declarações...). Depois de 2004, há uma sucessão de disputas intrapetistas, irmãos Prado de um lado, Gilmar Machado do outro, sem a amarração consistente do partido. Lembrem-se da confusa e inexplicada trajetória de definição da candidatura petista deste ano: Lisa Prado candidata, no domingo, alguns dias depois, Wellington Prado. Tremendo chute para o inferno pois, lançar a irmã candidata, a mesma irmã que foi ocupante de cargo na administração de Odelmo (veja a insensatez proto-oligárquica). Depois, a aliança com o PMDB do Senador Salgado. Esta sucessão de horrores petistas vai delinear o quadro da esquerda Uberlandense. Notem que a liderança histórica de Zaire foi solenemente desprezada na campanha petista- pemedebista. E, o absurdo dos absurdos, o atuante parlamentar Gilmar Machado foi também deixado à geladeira. O ponto de insensatez é maior ao lembrarmos que Gilmar Machado foi CITADO PRIMEIRO NO PROGRAMA DO CANDIDATO ODELMO LEÃO, com honras e agradecimentos, como grande parlamentar Uberlandense. E para a felicidade do candidato Wellington Prado, o insistente apoio que ele depositou em João Bittar, em 2004, rendeu-lhe muito, rendeu-lhe João Bittar sentando o sarrafo, o tempo todo, no candidato petista. Valeu o dito espanhol para o enredo Wellington Prado-João Bittar: cria corvos que eles comerão os teus olhos. Dito e feito.
Segundo lugar, sejamos justos, a campanha e os compromissos de Odelmo Leão são os mais consistentes, sérios e bem ordenados da campanha. E aí, adentro noutro ponto central, da qualidade do que é oferecido. É batata que o eleitorado brasileiro vota em quem tem compromisso com a construção de um Estado Social, republicano e promotor de verdadeiras políticas públicas de bem-estar social. Acabou-se a época da cesta básica e do saco de cimento, no momento em que a assistência social é prestada com cartão magnético e outras políticas públicas mostram-se cada vez mais abrangentes (comprove isto com o ocaso dos coronéis, em todos os cantos do país). Meus amigos, o candidato que mais se baseou em promessas de política assistencialista (por favor, não confundir com assistência social) é João Bittar (daí o desempenho medíocre que obteve). E, logo depois, PRESTEM A ATENÇÃO, o bisonho programa de Prado, do PT, prometendo, estágios, passagens de ônibus e toda a espécie de presentes aos eleitores. Enquanto isso, do outro lado, Odelmo Leão amarrou propostas de um administrador preocupado com ações sociais e de infra-estrutura citadina coletiva. Odelmo falava em escolas municipais que oferecem aulas, merenda, currículo, corredores de ônibus, política habitacional, fomento de atividades geradoras de emprego, bibliotecas e saneamento básico. Levou e levou bonito. O que se esperava de um candidato de esquerda, preocupado com instituições republicanas e serviços públicos que realizam a igualdade, encontrou-se não no festival de bobagens de PRADO mas no arguto senso de oportunidade de Odelmo Leão. Enquanto um falava para a eleição do diretório de estudantes, o outro falava ao eleitorado. A ligação de PRADO com Lula soou fake, quase embuste. E Odelmo não se fez de rogado ao dizer que não nutre oposição a Lula e que quer continuar parceiro do Presidente (popularíssimo Presidente, diga-se). O resultado está aí.
Não vejo um bom horizonte para a esquerda Uberlandense nos próximos pleitos, dominado que está o partido de maior expressão - o PT - por clãs e propostas políticas de adolescência imberbe.
Bom, para encerrar, a renovação da Câmara foi baixa, demonstrando que a regularidade percebida no país aplica-se a Uberlândia: o percentual de renovação legislativa cai, eleição após eleição.
PS. A quem interessar possa, meu voto foi para o João Batista. Foi por convicção. O candidato mostrou-se sério, comprometido, conhecedor dos desafios e, o mais importante, legítimo. Sou um dos dois mil quinhentos e poucos eleitores deste candidato.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O óbvio

O Globo:

"O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta segunda-feira que o inquérito dos grampos deverá ser prorrogado. O inquérito foi aberto no início de setembro para investigar o suposto grampo na conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

"Até o momento a polícia não tem nenhuma pista concreta sobre os autores do suposto grampo. A PF está tendo dificuldades até mesmo de encontrar indícios materiais da escuta telefônica."