domingo, 21 de setembro de 2008

Olha a Adin

Prestem a atenção na Adin que questiona a Resolução do CNJ sobre interceptação telefônica. Foi proposta pelo PGR. Encontra-se versão no sítio do Luiz Nassif.

Li e recomendo

A entrevista que postei abaixo, extraída da Folha, é com Michael Pollan. Eu li o livro de sua autoria intitulado O DILEMA DO ONÍVORO. Recomendo como leitura obrigatória nos tempos em que os pacotinhos substituem o arroz e o feijão.

EUA

Não voto nos EUA. Também não sou megalomaníaco para acreditar que a minha opinião faça qualquer diferença na eleição presidencial dos estadunidenses. Guardadas as considerações acima, se votasse nos EUA eu não iria de McCain ou Obama. Meu voto é RALPH NADER. O quê???? Sei, sei, muita gente não conhece mas, saibam todos, há vários candidatos além da dupla republicano-democrata. RALPH NADER é advogado, militante das causas dos direitos humanos e independente. Por ele, se estadunidense fosse, até campanha eu arriscaria.

coma bem

MICHAEL POLLAN

Estaríamos melhor com banha de porco que com margarina

Autor de livro sobre comida diz que dieta ocidental é invenção da indústria e que tradição deve guiar o que as pessoas comem

Alia Malley



OS MAIS NOVOS conselhos sobre dieta acabam de vir dos EUA: primeiro, coma comida. Depois, não coma nada que sua avó não reconheceria como comida. Se isso parece óbvio para você, diz o jornalista americano Michael Pollan, vá ao supermercado -e tente imaginar uma dona-de-casa de meados do século 20 tentando decifrar dezenas de rótulos com ingredientes impronunciáveis de "substâncias semelhantes à comida" nas gôndolas. Em seu novo livro, "Em Defesa da Comida" (editora Intrínseca), ele lança um ataque impiedoso à indústria e aos cientistas da alimentação, que, ajudados por um governo americano complacente e por jornalistas confusos, transformaram a dieta ocidental em uma máquina de adoecer.
Essa revolução maligna na maneira como os americanos -e, por tabela, o resto do Ocidente- comem se instalou plenamente anos 1980. Nessa década, diz o livro, os alimentos deixaram de ser vistos como entidades completas (uma cenoura, um tomate, um bife) e passaram a ser comercializados pelo que continham de nutrientes: caroteno, licopeno, proteínas. A indústria passou a "engenheirar" a comida de forma a torná-la irreconhecível, tudo em nome do lucro, disfarçado de benefício à saúde.
Qual foi o resultado? "Nossa saúde dietária é pior hoje do que era. Há mais obesidade, mais diabetes", diz Pollan. O enfoque nos nutrientes, que teve seu início nos anos 1960, virou uma ideologia, o "nutricionismo". Segundo o americano, essa ideologia é baseada na "ciência ruim" da nutrição, que é incapaz de produzir resultados consistentes em estudos epidemiológicos sobre dieta. Isso porque os nutricionistas buscam avaliar nutrientes, mas um alimento é maior que a soma de suas partes.
Um dos pecados dessa abordagem, argumenta, foi a condenação das gorduras saturadas de origem animal. No lugar delas, os nutricionistas nos deram as gorduras trans, que hoje o mundo inteiro -o Brasil inclusive- se esforça para banir. "Estaríamos melhor com banha de porco", disse Pollan à Folha. Leia a entrevista. (CLAUDIO ANGELO)

FOLHA - O sr. diz que a comida virou presa da ideologia. Como assim?
MICHAEL POLLAN
- Meu argumento é que a maneira como pensamos sobre a comida e como desenhamos a comida hoje em dia caiu presa de uma ideologia que chamo de nutricionismo. O nutricionismo é a crença de que o que importa na comida são os nutrientes: as proteínas, os minerais, as vitaminas. E, se você obtiver o bastante dos bons nutrientes e ficar longe dos ruins, esse é o caminho para a saúde.
Essa é uma visão muito reducionista tanto da comida quanto da saúde. A comida é mais do que a soma de suas partes nutrientes. O propósito dessa ideologia é dar mais poder para a indústria da alimentação, porque ela consegue redesenhar a comida de uma maneira que a natureza não consegue, e dá também muito poder a especialistas na nossa sociedade, sejam cientistas ou jornalistas.
A maior objeção é que pensar na comida dessa maneira não tem funcionado. Nós estamos reengenheirando a nossa comida há 30 anos para ter mais coisas boas e menos coisas ruins, mas a nossa saúde dietária é pior hoje do que era. Há mais obesidade, mais diabetes, e tirar da comida a gordura -supostamente um nutriente mau- não ajudou. Estamos comendo mais carboidratos e ficando mais gordos e diabéticos.

FOLHA - Então não há nada errado com a gordura?
POLLAN
- Excesso de qualquer coisa é ruim, mas a gordura não é a vilã que achávamos que fosse. A gordura é um nutriente criticamente importante, e há gorduras boas e ruins. Jogar todas as gorduras no mesmo balaio foi um erro enorme. E afastar as pessoas das gorduras animais e aproximá-las de gorduras hidrogenadas vegetais também foi um erro. As gorduras trans fazem muito mais mal.

FOLHA - O Ministério da Saúde do Brasil quer banir as gorduras trans, mas está enfrentando uma enorme resistência da indústria, que diz que isso seria "voltar à era da banha de porco". Isso é ruim?
POLLAN
- Eu tenho duas respostas a isso: um, nós provavelmente estaríamos melhor com banha de porco do que com gorduras trans. Ela é mais saudável. Dois, há vários outros óleos vegetais que não precisam ser hidrogenados. É tudo uma questão de economia. Eles poderiam fazer batatas fritas com azeite de oliva e elas seriam deliciosas. Só que custariam mais. Ameaçar o público com o retorno da banha de porco, primeiro, não é tão assustador; segundo, não é verdade.

FOLHA - O público não está saturado com pesquisas sobre dieta? Hoje eu nem cubro mais estudos que dizem que o café faz mal ou bem, pois o próximo desmentirá o anterior.
POLLAN
- Sim, é essa a situação do leitor hoje. Nós temos feito reportagens em excesso sobre uma ciência muito imperfeita. O estado do conhecimento nutricional é muito primitivo. Não sabemos o bastante para dizer se café faz bem ou mal...

FOLHA - Por que não dá para fazer estudos controlados com comida.
POLLAN
- Exatamente. Você tem uma miríade de fatores, como estilo de vida, outras coisas que as pessoas comem, genética etc. Então em que conhecimento podemos confiar? Meu argumento em "Em Defesa da Comida" é que nós temos uma outra forma de conhecimento, que é a tradição. A sabedoria das nossas avós. E, quando se trata de comida, essa sabedoria pode ser mais profunda e mais útil que a dos nutricionistas -até agora, pelo menos.

FOLHA - Por outro lado, alguém poderia argumentar que as nossas avós tinham um cardápio muito pouco variado, e elas também morriam, e mais cedo que as avós modernas, na média.
POLLAN
- A maioria dos ganhos na expectativa de vida vieram da prevenção da mortalidade infantil até os cinco anos de idade. E também tivemos coisas como ponte de safena e novos remédios. Mas as taxas de obesidade e diabetes eram muito menores há cem anos do que são hoje. Sim, a ciência e a tecnologia têm ajudado a prolongar a vida, mas mas não por meio da dieta. A dieta tem trabalhado na direção oposta.

FOLHA Seu livro é sobre como as pessoas comem nos EUA, mas a realidade de países como o Brasil é diferente. O que temos a ver com isso?
POLLAN
- O jeito americano de comer está dominando o mundo. O Brasil e a Argentina estão rumando na direção da agricultura de forragem. Vocês estão arrasando seus campos naturais para plantar soja. E o que acontece com essa soja? Ela vira forragem barata para gado, que vira comida processada.
Então, o hábito de ir ao supermercado, o hábito de ir ao fast-food, essas coisas estão se espalhando pelo mundo. Minha esperança ao publicar esse livro é que as pessoas que ainda não perderam sua cultura alimentar lutem mais para defendê-la contra a onda de fast-food.

FOLHA - O sr. defende um bocado a comida local e os orgânicos, que são a nova moda nos países ricos. Mas nós vivemos num mundo de mais de 6 bilhões de pessoas, e a agricultura precisa ser industrial e usar pesticidas em grande escala.
POLLAN
- Pode ser que os orgânicos não sejam a resposta para o mundo inteiro, mas há modelos de agricultura em grande escala que não usam muito pesticida e são mais sustentáveis. Se você pensar na rotação que eles usam na Argentina, são cinco anos de gado no pasto e três anos de grãos, você pode produzir a melhor carne do mundo e três anos de grãos que podem ser plantados sem fertilizante e sem herbicidas.

FOLHA - Embora a Argentina tenha mergulhado de cabeça na soja transgênica...
POLLAN
- Eu sei. Essa é uma das maiores tragédias do mundo hoje. Eles estão abrindo mão de um produto muito superior, que é a carne deles, em prol de um casinho passageiro com a soja transgênica. Eu acho que eles olharão para trás em algum ponto e se darão conta de que foi um grande erro.

FOLHA - As recomendações da FDA são seguidas ao redor do mundo. Mas o sr. diz que a FDA não é exatamente confiável. Por quê?
POLLAN
- Qualquer país que siga a nossa pirâmide alimentar precisa saber como ela é feita. E não é um quadro bonito. O governo dos EUA precisa negociar cada mensagem sobre a comida com a indústria afetada.
Eles não apenas incluem o consenso científico sobre quanto açúcar você pode comer, mas têm de negociar com os usineiros, que querem aumentar esse valor. Então, eles tentaram dizer que 10% de açúcar na dieta era razoável, mas a indústria brigou e insistiu em 25%. Isso não é informação científica, é informação política, negociada com a indústria. Você deve tomá-la com um grão de sal.

FOLHA - Não é meio ridículo escrever um livro ensinando bom senso às pessoas?
POLLAN
- (Risos) Eu jamais imaginei que pudesse vender um livro que se baseia num conselho às pessoas para comer comida. Isso é sintomático da nossa situação. Meu último livro dizia às pessoas de onde a comida vinha. Nós nos desconectamos tanto da comida que você precisa de jornalistas para dizer de onde a comida vem e que é preciso comê-la.

O grampo escrito

Volto à história. E o tal grampo? Cadê o material? A PF faz perícia e AFIRMA que a Abin não tem material para o grampo. Resultado: atacam a perícia da PF. Daqui a pouco, o mundo é que estará errado e o grampo escrito estará certo.

A razão começa a imperar (no Brasil). Chegamos ao século XX

Lula defende união gay e afirma que hipocrisia sobre o tema deve acabar

Publicada em 17/09/2008 às 23h53m

Chico de Gois e Cristiane Jungblut - O Globo

BRASÍLIA - Pela primeira vez, de forma clara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a união civil entre homossexuais e disse que é preciso acabar com a hipocrisia sobre o tema no país. (Você concorda com a união civil entre homossexuais?)

Em entrevista à TV Brasil - na estréia do programa 3 a 1 - Lula, entrevistado por três jornalistas, esquivou-se de dizer se o governo pretende enviar ao Congresso projeto de lei sobre o assunto. Disse apenas que câmaras de vereadores, assembléias legislativas e o Congresso têm tratado da questão. Mas foi claro na defesa dos direitos dos homossexuais. (Leia mais: Enquanto processos se arrastam na Justiça, homossexuais aguardam decisão do STF sobre reconhecimento legal de casais gays)

" Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável "

- Temos que parar com hipocrisia, porque a gente sabe que existe. Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável - disse.

Em seguida, o presidente criticou os que são contrários à união civil:

- Uma coisa que me cala profundamente é porque os políticos que são contra não recusam os votos deles, porque o Estado brasileiro não recusa os imposto de renda que eles pagam? O importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição e cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil.

O presidente também falou sobre o aborto:

" Antigos não, companheiros. O fato de eles não estarem no governo, não mexe na minha relação de amizade "

- Há 26 anos, tenho uma posição, que é tratar de aborto como questão de saúde pública. Se você perguntar para mim, presidente Lula, o senhor é contra o aborto? Sou contra, minha mulher é contra, mas o Estado tem que dar atendimento.


sábado, 20 de setembro de 2008

Falando dos 80...

Uma das melhores letras dos 70, virada dos 80. Joy Division, disorder. Ian Curtis estava no fio da navalha, agudo como nunca, transmite em poucas palavras o imponderável, o inacessível, a ausência de absolutos e lugares seguros - é a própria desordem como a realização da existência:
I've been waiting for a guide to come
and take me by the hand
Could these sensations make me feel
the pleasures of a normal man
New sensations bear the innocence -
leave them for another day
I've go the spirit, lose the feeling
take the shock away

It's getting faster, moving faster now,
it's getting out of hand
On the tenth floor, down the backstairs
into no-man's land
Lights are flashing,
cars are crashing,
getting frequent now
I've got the spirit, lose the feeling, let it
out somehow

What means to you,
what means to me -
and we will meet again
I'm watching you, I watch it all
I take no pity from friends
Who is right and who can tell,
and who gives a damn right now
Until the spirit, new sensation
takes hold - then you know (3)
I've got the spirit, but lose the feeling (2)
Feeling (7)

roquinho dos anos 80

Quem não viveu na época jamais entenderá. Os anos 80 foram os anos de algumas bandas pop femininas insurgentes (insurgentes para a época). Era o começo, o ensaio da cultura que nos anos 90 perdeu a energia, de uma nova realidade das relações homens e mulheres, de um novo país e da esperança de que qualquer coisa ia acontecer e mudar. Representava a ruptura entre os jovens e adolescentes daquele momento e tudo aquilo que era considerado música bem comportada. As musiquinhas das bandas, com humor que hoje soa à coisa mais inocente, eram momentos de libertação, afirmação e qualquer coisa que desse para extravasar (baladas eram coisas caras, raras, que não podiam ser realizadas todas as semanas; política, ainda havia medo de alguma sombra repressiva). A esquisitice, aos olhos de hoje, começa no figurino e ia até o batismo das bandas. Olha os nomes das bandas: AFRODITE SE QUISER, ESPÍRITO DA COISA. Isso tocava nas rádios FM (na época não havia, ainda, MTV e internet) e tinha um certo ar de insolência, contestação suave. Hoje, a vontade dos grupinhos de rock feminino tem sabor de absoluto non sense. Para aqueles tempos, non sense era o que se podia fazer (pós ditadura, esperando democracia, crise econômica brava). Para quem gosta, dois acessos.
http://www.youtube.com/watch?v=VGx91A5YswA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=mzAmAwNEGb0

violência

Para quem gosta e para quem quer ver como os estrangeiros olham para cá, acesse o documentário abaixo: VIOLÊNCIA E FUTEBOL.
http://www.youtube.com/watch?v=5dEUqJ47eus&feature=related

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Jogo 100 reais

Aposto 100 reais como serão veiculadas notícias no país dando por insignificante a participação brasileira na crise boliviana e, mais ainda, dizendo que o Brasil corre riscos por culpa da inércia da diplomacia nacional. Como não faço aposta no escuro, tenho a coragem por, antes de tudo, ler o que a imprensa internacional fala sobre o assunto (é a BBC):

Da BBC

'Lula toma as rédeas na crise boliviana', diz 'El País'

Segundo jornal, participação na cúpula demonstra peso do Brasil na região.

- A cúpula da Unasul realizada na segunda-feira à noite para discutir a crise na Bolívia marca o crescente peso que o presidente Luís Inácio Lula da Silva está adquirindo na região, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal espanhol El País.

Em matéria intitulada, "Lula toma as rédeas da crise boliviana", o diário diz que Lula apresentou uma série de exigências para aceitar ir ao encontro em Santiago do Chile, e o fato de elas terem sido acatadas, demonstram sua importância na mediação do conflito.

"A presidente do Chile, Michelle Bachelet - país que exerce a presidência temporária da Unasur -, convocou a reunião, mas foi Lula quem deu transcendência a ela, ao confirmar sua presença e conseguir que as partes em conflito na Bolívia lhe entregassem sua confiança", escreve o El País.

"Lula impôs condições para viajar a Santiago e as conseguiu. Pediu uma trégua prévia entre (o presidente boliviano Evo) Morales e a oposição, o que foi feito. Exigiu a aceitação expressa de La Paz para que ele intercedesse na crise, e a obteve. Mais, os rivais de Morales comemoraram a mediação brasileira, apesar de Lula os ter repreendido por usar a violência para desafiar o governo."

chuva em Uberlândia

Após alguns meses, chuva em Uberlândia. Refresco.

sábado, 13 de setembro de 2008

Atenção Bolívia

Há dias atrás coloquei a impressionante votação de Evo na Bolívia. Curiosamente, agora, houve ato terrorista no país. A forma como a notícia passa no Brasil dá a impressão de que o presidente está sitiado, o país acuado, o caos toma conta. A inversão é de tal monta que a vítima do atentado torna-se o culpado pela ação criminosa. Vamos à medida devida: aos terroristas, o devido processo e, caso condenados, o cumprir da pena. Nada, nada justifica a tendenciosa forma como as notícias circulam por aqui. O que é a verdade é a violenta, ensandecida e ilegítima campanha de alguns administradores de departamentos para prejudicar o mandato presidencial. Não bastasse, a inteligente e bem informada diplomacia estadunidense envia representante especialista em secessão (com qual objetivo!!!!!!??????). De resto, parece haver a simbiose entre os atos dos terroristas e a cobertura cá no Brasil. Pouco ou nada se falou do resultado das urnas. Quando alguns terroristas deliberadamente atingem o gasoduto de ligação ao Brasil, chovem matérias sobre caos, desordem, risco ao fornecimento energético nacional. Olha, eu, por princípio, condeno as ações terroristas, luto pela preservação do Presidente legítimo e entendo, com mais dos razoáveis motivos, que a estabilidade do fornecimento de gás ao Brasil está no desrespeito ao poder democraticamente instituído. Perigosos, para mim, são os terroristas (e não Evo Morales).Eu não hesito: condeno com vemência a forma terrorista de alguns abastados bolivianos tratarem a política; repudio o terrorismo de secessão.

Atenção...atenção...notícias da Bolívia (extraída da Agência Boliviana)

El Presidente afirma que expulsión de Embajador de EEUU es por dignidad


El embajador de EEUU, Philip Goldberg.

La Paz, 13 sep (ABI).- El presidente Evo Morales aseguró este sábado que su decisión de declarar persona no grata al embajador de Estado Unidos, Philip Goldberg, "no es por debilidad sino dignidad y soberanía".

"El Gobierno boliviano tomó la decisión de declarar persona no grata al Embajador de Estados Unidos (Philip Goldberg) no por debilidad sino por dignidad y la soberanía de nuestro pueblo", enfatizó en conferencia de prensa realizada en Palacio Quemado.

Aunque aclaró que el Gobierno no tiene ninguna intención de romper relaciones diplomáticas con ningún país, "si EEUU opta por esa vía está en su derecho".

Cuestionó a Goldberg por su intromisión y hacer política en el país, en especial, de su visita reservada con el prefecto de Santa Cruz, Rubén Costas, quien lo calificó de "animal, de mono, de macaco, incapaz y de excelentísimo asesino".

Además recordó las reuniones del Embajador de EEUU con la prefecta de Chuquisaca, Savina Cuéllar, y el ex prefecto de Cochambamba, Manfred Reyes Villa, quien después estos plantearon su renuncia.

Expresó que "donde está el imperio no hay desarrollo, no hay superación, independencia, dignidad de un país, aquí se trata de como liberarnos para impulsar nuestro propio desarrollo e igualdad en cada país".

El Presidente de la República declaró el miércoles 10 persona no grata al Embajador de Estados Unidos por conspirar contra la democracia y promover la división de Bolivia, e instruyó inmediatamente al canciller David Choquehuanca notificar al diplomático para que abandone el país.

En la historia boliviana nunca antes un Presidente de la República declaró persona no grata a un embajador estadounidense, más al contrario los diplomáticos de esa Nación tenían tanta influencia en la política interna de Bolivia que hasta decidían o daban el visto bueno en la designación de ministros, hecho que el propio Mandatario lo denunció en varias oportunidades.

A pocas horas del retorno de Estados Unidos del dirigente cívico Branco Marinkovic, el martes pasado, hordas de autonomistas y delincuentes sembraron de odio, terror, saqueo y golpizas en el centro de la ciudad de Santa Cruz y otras regiones de la denominada "media luna" con la toma de entidades del Estado que fueron prácticamente destrozadas.

Durante el martes y miércoles, los autonomistas y delincuentes saquearon en Santa Cruz el Instituto Nacional de Reforma agraria (INRA), Servicio de Impuestos Nacionales (SIN), la Empresa Nacional de Telecomunicaciones (Entel) y Televisión Boliviana, el Centro de Estudios Jurídicos e Investigación Social (CEJIS), y quemaron la puerta del edificio de Radio Patria Nueva.

En otras regiones de la "media luna" tomaron varios puestos aduaneros, tres aeropuertos, Superintendencia de Hidrocarburos, atentaron contra el gasoducto de exportación a Brasil, en Tarija intentaron tomar el Mercado Campesino donde funciona la Red Patria Nueva.

GOLDBERG - KOSOVO

El Mandatario de la República recordó que el actual Embajador de Estados Unidos en Bolivia, antes de ser acreditado en el país, se desempeñó como jefe de misión estadounidense en Pristina, Kosovo, y allí consolidó el descuartizamiento de lo que fue Yugoslavia.

Goldberg presentó sus cartas credenciales ante el presidente Evo Morales el 13 de octubre de 2006, luego de una postergación de dos semanas.

Pero tres meses antes de su arribo a Bolivia, cuando aún se encontraba en Pristina desempeñándose como jefe de la misión de Estados Unidos en Kosovo, ya se decía que el nuevo Embajador estadounidense designado por George Bush para este país andino vendría para tomar partido en el proceso separatista que comenzaba a gestarse en pos de horadar al régimen boliviano, según publicaron entonces varios medios de comunicación.

Morales dijo que en el país Goldberg es la autoridad externa (diplomático) que encabeza la división de Bolivia y conspira contra la democracia y la unidad del país.

¿QUIÉN ES GOLDBERG?

De acuerdo al currículum vitae distribuido oficialmente por la Embajada de Estados Unidos en La Paz, Philip Goldberg participó desde los comienzos de la guerra civil yugoslava que estalló en la década de los noventa, hasta la caída y enjuiciamiento del presidente serbio Slobodan Milosevic.

Entre 1994 y 1996 se desempeñó como "oficial de escritorio" del Departamento de Estado en Bosnia, coyuntura en la cual estalló el conflicto entre los separatistas albaneses y las fuerzas de seguridad serbias y yugoslavas.

En ese mismo periodo se desempeñó como Asistente Especial del Embajador Richard Holbrooke, quien fue artífice de la desintegración de Yugoslavia y la caída de Milosevic. "En ese último cargo" —informó la Embajada— "fue miembro del equipo negociador estadounidense en la preparación de la Conferencia de Paz de Dayton y Jefe de la Delegación Estadounidense en Dayton".

El Embajador Goldberg fue también funcionario político y económico en Pretoria, Sudáfrica, posteriormente funcionario consular y político en la Embajada de Estados Unidos en Bogotá, Colombia, donde comenzó a interesarse en la política latinoamericana.

Tras ejercer el cargo de Ministro Consejero de la Embajada de Estados Unidos en Santiago de Chile del 2001 al 2004, Goldberg retornó a los Balcanes para dirigir la misión estadounidense en Pristina, capital de Kosovo, desde donde apoyó el enjuiciamiento en el Tribunal de La Haya del ex dictador Milosevic (fallecido el 11 de marzo del 2006).

DE KOSOVO A BOLIVIA

De acuerdo a publicaciones de prensa, antes de su traslado a Bolivia, Goldberg trabajó desde Kosovo para la separación de los Estados de Serbia y Montenegro, que se produjo en junio del año pasado como el último resabio en la desaparición de Yugoslavia.

La desaparición de Yugoslavia se desarrolló durante una sangrienta década de guerra civil gestada a partir de procesos de "descentralización" y "autonomías" que se impusieron finalmente con la intervención militar norteamericana y la presencia de tropas de la OTAN y la ONU que ocuparon los Balcanes para "pacificar" esa región.

La guerra civil yugoslava tuvo como rasgo principal la llamada "limpieza étnica" que consistió en la expulsión y aniquilación de los tradicionales grupos étnicos que componían los territorios de Yugoslavia. El más cruel de este exterminio racial se produjo entre serbios y croatas.

Bolivia sufre actualmente un exacerbado proceso de racismo y de autonomías separatistas, muy similar a lo que ocurrió en los Balcanes, que se gestaron desde la ciudad oriental de Santa Cruz, donde gobierna una élite integrada, entre otros, por empresarios de origen croata que crearon un movimiento federalista denominado "Nación Camba".

Uno de los principales líderes cruceños de aquel movimiento separatista es el empresario agroindustrial y socio de capitalistas chilenos Branco Marinkovic, quien asumió la conducción del Comité Cívico de Santa Cruz, ente que dirige este proceso ejerciendo presión movilizada contra el gobierno de Evo Morales.
Rq ABI

mídia e futebol

EXTRAÍDO DO IMPEDIMENTO

Ibope do Brasileirão. Exemplo de mídia corintiana?

Inspirado nos companheiros do Observatório Verde, que fazem crítica de mídia em relação àquilo que é noticiado sobre o Palmeiras, vi uma nota hoje no Uol que não pode deixar de passar por esse tipo de análise.

O portal anunciava: "Sem Corinthians, ibope do futebol cai 11% na Globo". A nota, assinada por Daniel Castro, começava assim: "A queda do Corinthians para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro evidenciou ainda mais a importância do clube [grifo meu] para o desempenho da Globo no Ibope de São Paulo."

No que o colunista de televisão se baseava para fazer tal afirmação? Segundo dados de audiência do Ibope sobre a Série A do Brasileirão, a emissora registrou média de 19,7 pontos na Grande São Paulo, contra 22,2 do mesmo período em 2007, o que representaria uma queda de 11%.

A grande questão é: por que isso evidenciaria a importância do Timão para o Ibope da emissora? No pé da nota, por exemplo, há uma informação interessante. O Brasileirão na Band cresceu 21% em audiência, passando de uma média de 4 pontos em 2007 para 4,9 neste ano. Ou seja, a queda do Corinthians, segundo a tese, só fez mal para a vênus platinada...

Mas outros fatos não são ditos. Por exemplo, a simples evidência de que a Globo vem perdendo audiência ano a ano desde 2004, passando de 22,6 pontos de média para 18 no primeiro semestre. Nada a ver com o time do Parque São Jorge estar na Série A ou B. Em se tratando de Campeonato Brasileiro, em 2007, a audiência do Timão (na primeira divisão) na TV aberta (Globo e Bandeirantes) caiu 16% em relação ao ano anterior. Uma queda, diga-se, inferior à geral do Brasileirão (18,5%), que chegou no ano passado a 26 pontos (21,8 na Globo), enquanto em 2006 foram 31,9 pontos (25,8 na Globo).

Trocando em miúdos, a média geral de audiência da emissora carioca vem caindo antes de 2008, assim como a do Brasileirão. Atribuir a queda de agora ao Timão na Série B é de um achismo digno de nota. Aliás, segundo os números e a análise pouco cuidadosa, a manchete bem poderia ser:

"Na Série B, Timão perde 40% de audiência"

Justo, já que sua média na Globo passou de 29,4 para 17,7 pontos no Ibope. Claro que isso desconsideraria vários outros fatores como dia e horário de transmissão, mas se é pra brincar, a gente brinca.

iorgute

Por sugestão do Asahi, a medonha: ME DÁ UM iorgute AÍ (onde fica o erre?!!!!!!).

mantenho a escrita

Meus amigos, semanas já se passaram e nada, ABSOLUTAMENTE NADA de concreto foi apresentado sobre a escuta do super-escutado Gilmar Mendes.
1. Tirando o falastrão Ministro Marco Aurélio, nenhum outro Ministro falou sobre grampo ou hipótese de grampO.
2. Ninguém, ninguém mesmo, ouviu o grampo Gilmar-Demóstenes. Até agora, a única fonte da informação é a própria Veja (será o caso mais absurdo da história, o primeiro grampo ESCRITO da história). Aliás, a partir de agora, tratarei a história como o grampo escrito, por puro deboche.
3. A toda hora busca-se ligar, das formas mais inusitadas, o grampo à operação de prisão de Daniel Dantas (no que uma se relaciona a outra??? mistério...).
4. Ninguém consegue explicar o que a ABIN tem a informar sobre o grampo (cada vez mais convenço-me que, fora a Veja, não há nada a relacionar com a ABIN)?
5. De uma hora para a outra, todos os juízes federais, a polícia federal, os órgãos de inteligência tornaram-se, por sugestão midiática, super KGBs e arautos do totalitarismo (infelizmente, para os pipoqueiros, a única vítima, até agora, é o próprio Gilmar Mendes, o que dificulta enxergar o Estado sem freios descrito por muitos).
6. Mais interessante é que, a cada minuto, hora, semana, aparece uma matéria trazendo um Zé Mané, sabe-se lá de que profundezas, como o responsável ou participante do grampo. Nenhum desses manés, sabe-se lá por qual razão, ocupa papel central em qualquer órgão, agência ou inquérito. São todos os Zés Manés figuras as mais obscuras, marginais na ação (não apareceu um delegado, um agente, ou qualquer figura de peso).
CONTINUAREI NO ASSUNTO, MESMO APÓS A COISA MORRER, PARA VERIFICARMOS EM QUE CORDILHEIRA VÃO FINCAR O MASTRO???!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

alguém entende

Continuo sem entender o significado do termo FLEXIBILIZAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO??? O que vem a ser isso?? Talvez seja um nome bonito para alguma coisa incompreensível aos mortais.
Há outros interessantíssimos:

- fazer um feedback;
- atacar sob pressão (será um time com excesso de gases?);
- eu vou emular (talvez o sujeito queira dizer, copiar);
- o negócio agora é business (esta é a melhor);
- o meu nótibuqui - de notebook (isso mesmo, não é noute, é nóti);
- o produto está na faixa etária de 500 reais (velho demais, não?);
- com o acidente houve PERCA total (que perda, hein);
- ele entrou na gabine do caminhão (já foi, um dia, cabine):
- a carlota do pneu do carro é cinza (quando criada, era a calota do pneu);
- o rapaz teve TIRIÇA (doença um dia conhecida por icterícia);
- choveu demais, foi uma enchorrada (chuva forte que já foi escrita como enxurrada);
- ela come que nem passarinho (passarinhos comem, em média, três vezes o próprio peso).

Acordar sem o sol

Lula assina decreto instituindo datas fixas para horário de verão

Agência Brasil
09/09/2008 19:57

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto em que institui datas fixas para o início e o fim do horário de verão, quando parte da população do país adianta o relógio em uma hora.

De acordo com o Decreto 6.558, o horário de verão começará a partir de zero hora do terceiro domingo de outubro de cada ano até zero hora do terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.

Se a data final do horário de verão coincidir com o domingo de carnaval, o prazo final será estendido para o domingo seguinte, conforme o decreto publicado hoje (9) no Diário Oficial da União.

O horário valerá para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

O horário de verão começa a vigorar este ano no dia 19 de outubro e vai até dia 15 de fevereiro de 2009.

A previsão do Operador Nacional do Sistema, para o horário de verão, é de uma redução de 4% a 5% no consumo de energia elétrica no horário de pico, o que representa economia de aproximadamente 2 mil megawatts, volume semelhante ao registrado no ano passado, de 2,027 mil megawatts. Em 2007, a medida significou redução de custos em R$ 10 milhões.

domingo, 7 de setembro de 2008

Tricolores

Já dobramos a virada de turno, as rodadas do brasileirão se sucedem, e o tricolor AUMENTA A VANTAGEM sobre o vice líder (agora, são 6 pontos). Parece que os cavalos paraguaios estão lá pelo terceiro, quarto e quinto lugares.

Campanhas

Sugiro a leitura do blog indicado, ao lado, o ÁLIBI, para uma interessante análise crítica da campanha eleitoral em Uberlândia.

Novo Reitor

A UFU está com novo Reitor, professor Alfredo. Surpreendente é a vitória com maioria absoluta.

lendas urbanas

Atenção!!! Os posts de lendas urbanas devem ser aquinhoados com outra cobra, esta frequentadora não das piscinas de bolas mas dos pés de alface do Carrefour. Isto mesmo, a cobra atacou um incauto consumidor que comprou um pé de alface no Carrefour. Acredito que esta serpente deva ser mestra na arte da camuflagem, ocultamento. Veja a seqüência de passos que ela enfrentou para se manter escondida.
- na hora da colheita, conseguiu enfiar-se no pé de alface e ninguém viu;
- na hora do acondicionamento na caixa, do pé de alface, ninguém viu;
- foi embarcada a caixa no caminhão, ninguém viu;
- foi ao entreposto de hortifruti, ninguém viu;
- foi ao depósito frigorificado do super, ninguém viu;
- foi exposta e acondicionada no balcão, ninguém viu;
- passeou pelo carrinho, no super, ninguém viu;
- passeou pela balcão do caixa, foi empacotada, ninguém viu;
- rodou do super à casa do consumidor, ninguém viu;
- ATACOU O CONSUMIDOR, EM CASA.
Que bicho malvado!!!

seleSSSÃO

Revés tira time de Joel da Copa das Nações

DA REPORTAGEM LOCAL

O seleção da África do Sul, dirigida por Joel Santana, perdeu ontem para a Nigéria e está fora da Copa da África de Nações.
A partida, ocorrida na África do Sul acabou 1 a 0 para os nigerianos e também valeu pelas eliminatórias da Copa-2010 -os sul-africanos, como anfitriões, já têm vaga assegurada no Mundial.
O fracasso da África do Sul deve aumentar a pressão sobre o técnico brasileiro que tem tido o trabalho questionado.

Tirei o texto da Folha de São Paulo. E houve parte da imprensa carioca que agitou o nome do glorioso Joel para técnico da seleção brasileira (SELESSSÃO).

Era Dunga

Não sou fã do Dunga. A repulsa que sinto ao processo de fritura-queima-degola do treinador é que move as linhas que redijo. Afirmo que não há, até o momento, elemento objetivo para julgar a campanha-direção de Dunga como fracassada:
- a seleção é campeã da Copa América (arrancado o ouro à Argentina, ora bolas);
- é bronze na olímpiada (a melhor colocação desde Atlanta, 1996);
- Dunga comandou 40 pelejas, venceu 27, empatou seis (desempenho para lá de razoável).
Se perder para o Chile, no estádio Nacional, e uma derrota para o Chile, no Chile, não é nada de anormal, quererão a sua cabeça. De qualquer maneira, será o mote para investir Luxemburgo (o sonho dos analfabetos do futebol).
Se ganhar, quem o xingava, ficará quietinho como se nada tivesse acontecido.

Como relembrar é viver, veio à tona a campanha de Felipão, pré-Japão, 2002. E lá vinha uma rodada e o técnico era ameaçado de degola. Classificado à Copa, começou uma nojenta campanha para que ele escalasse Romário (hum, muito parecida com a campanha pró Luxemburgo, de hoje). Começou a Copa, no primeiro e difícil jogo contra a Turquia (um futebol ascendente na Europa) houve quem dissesse que a seleção não passaria da primeira fase. Quando tudo acabou, o Brasil foi penta, a média de gols foi a melhor desde a seleção de 82 (ué, mas Felipão não era retranqueiro???!!).

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Confessional

Como estudante de direito, do fim dos anos 80 e começo dos 90, li Gilmar Mendes. Era a baliza, a novidade no controle de constitucionalidade, a coisa que queríamos avidamente para um novo cenário de jurisdição constitucional com o advento da Constituição de 88. A obra de Gilmar carregava o esplendor do constitucionalismo alemão pós-guerra, o viço que invejávamos e, sonhávamos, ocorreria no STF depois da ditadura. Que ânsia na leitura, que vontade de trazer aquelas informações ao sistema brasileiro de controle.
As coisas nublaram quando vi Gilmar Mendes enraizar comportamentos como o de Francisco Campos, o jurista de plantão da ditadura - qualquer ditadura - nos idos dos 90. Ainda procurei alimentar reflexão com a seguinte máxima: não deve ser fácil a consultoria, a chefia da Advocacia da União. Era apenas enganação, que demorou um tempinho mais para que eu caísse na real: que coisa estúpida faz este homem.
E, agora, com o todo o furdunço de um Presidente do STF que já levou bem dados pitos públicos do Ministro Joaquim Barbosa, que parece um astro em aparições na Caras (ops, Veja), que se preocupa em aparecer como um frankeinsteniano Juiz dos pobres (lembram da explicação sobre o STF receber habeas corpus em papel de pão), desisto: realmente ele é o Darth Vader, enveredou para o lado negro da Força. SALVE-ME.

Divulguem e façam o possível para conhecer

Transcrevo outra do Idelber Avelar, na mesma linha da postagem que lancei no dia 02. É preciso colher as mentiras na fonte, ao gosto dos mentirosos:

Veja: Gilmar Mendes e suas mentiras

Às vesperas da eleição presidencial de 2006, o Ministro Marco Aurélio de Mello veio à público com uma “denúncia” de que seus telefones e os de outros dois ministros do TSE estariam sendo grampeados. Ele chegou a insinuar que o governo Lula era responsável pelo grampo. Era mentira. Em 2007, Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello vieram à tona com a história de que estavam sendo grampeados. Até a Globo noticiou: era mentira. Em 2008, quando a Operação Satiagraha do Doutor Protógenes conseguiu colocar na cadeia o banqueiro Daniel Dantas, Gilmar Mendes fez hora extra no fim de semana para soltá-lo duas vezes. Alguns dias depois, Mendes disse que havia ouvido da desembargadora Suzana Camargo a acusação de que o juiz Fausto de Sanctis o havia grampeado. Curiosamente, a desembargadora fez essa gravíssima acusação e depois pediu que a “esquecessem”. O grampo? Era mentira.

E eis que a Revista Veja agora publica uma “reportagem” que “demonstra” que a ABIN teria grampeado ... quem? Gilmar Mendes, claro! O mesmo que vem tentando há um ano convencer-nos de que é vítima de um totalitário estado que grampeia seus telefones. Quem afirma que houve grampo? Uma revista especializada em públicar mentiras sobre dólares em caixas de uísque ou guerrilhas colombianas financiando o partido do presidente. Qual a fonte? Um “anônimo” da ABIN, que teria passado à revista a notícia do grampo ilegal realizado pela própria agência de inteligência em que trabalha! Qual o conteúdo do grampo? Uma conversa do palhaço Mendes com um senador da oposição, na qual o presidente do STF aparece como destemido aliado da luta contra a pedofilia. Qual a evidência apresentada? A transcrição da conversa, cuja veracidade é avalizada pelo ..... próprio Gilmar Mendes! Alguma outra evidência? Nada, além da palavra do próprio palhaço que encontra no factóide a justificativa para a ladainha que ele vem há um ano inventando – e sendo desmentido pelos fatos. É o único grampo da história da humanidade feito para que o grampeado fique bem na fita! Não é coisa de gênio? Se algum escritor iniciante me apresentasse isso como enredo de uma farsa em três atos, eu diria: volte para o computador, meu filho, comece tudo de novo e escreva algo mais verossímil.

A imprensa controlada por oligopólios é ruim no mundo todo, mas em pouquíssimos países organizações com uma história de criminalidade comparável às da Revista Veja e da TV Globo operam com tal grau de desfaçatez. A triste novidade deste quadro é que um jornal que costumava ter um pouco de decência -- a Folha de São Paulo – está no mesmíssimo barco. Revisem as manchetes do Caderno Brasil da Folha do dia 18 de agosto ao dia 29. O que elas têm em comum? O palhaço Mendes está presente em todas as edições desse período, sempre pontificando sobre algum vago “estado policial” que ele, paladino da justiça, enfrenta com bravura. Nem uma palavra contraditória. Nem uma palavra sobre a reputação deste senhor. Nem uma palavra sobre como ele é detestado pela sociedade brasileira. Nada. Só o jornal servindo como seu megafone. Aliás, o portal UOL deve um pedido de desculpas aos seus leitores. Ao longo do sábado, o UOL publicou a manchete ABIN espionou Gilmar Mendes. Assim, como se fosse fato comprovado. Só na virada do sábado para o domingo o UOL acrescentou o importantíssimo diz a Revista Veja.

Em retórica, costumamos diferenciar o modo constativo do discurso do modo performativo. Frases como 1) está chovendo agora em New Orleans, 2) Lula foi eleito com 62% dos votos 3) o Flamengo é sistematicamente beneficiado pelas falcatruas da CBF descrevem fatos da realidade. São frases que estão no modo constativo. Mas a linguagem não serve só para comunicar ou descrever. Ela também é usada para moldar, produzir a realidade. O exemplo clássico é o padre ou o juiz que enuncia eu vos declaro marido e mulher. A frase não descreve um estado de coisas anterior à sua enunciação. Os personagens da frase viram marido e mulher pela própria intervenção do ato lingüístico. É a linguagem no modo performativo.

Uma das operações mais desonestas que se pode fazer com a linguagem é lançar enunciados pretensamente constativos com um objetivo que é, na verdade, performativo. É uma das desonestidades mais típicas de Gilmar Mendes. Quando ele diz que “o país passa por um quadro grave de crise institucional”, ele finge não saber que o Brasil não passa por crise institucional nenhuma. Nesse fingimento, ele quer é produzir a crise que supostamente descreve. Desonestamente, usa o constativo para mascarar uma operação performativa. Tudo isso para, num segundo momento, ter a cara-de-pau de dizer que o presidente Lula tem que ser "chamado às falas", para responsabilizar-se pela crise que ele mesmo, Mendes, produziu, com a ajuda inestimável do panfletinho criminoso da Editora Abril.

É possível que a ABIN tenha grampeado Mendes? Sim. É possível que uma pessoa alfabetizada ainda acredite, por um motivo que não seja a pilantragem, numa denúncia veiculada pela Revista Veja? Sim. Tudo é possível. Eu me encontro, neste momento, numa cidade de 700.000 habitantes que acreditam piamente que Elvis Presley não morreu no dia 16 de agosto de 1977. Mas, por enquanto, a tarefa mais urgente é continuar o processo de desmoralização da Veja e de denúncia desse arremedo de jurista, excrescência farsesca e vergonha nacional que é Gilmar Mendes.

Assino, logo abaixo, em letras maiúsculas

Transcrevo o trecho do Idelber Avelar, sem tirar qualquer palavra (e concordo com todas as palavras):

E dá-lhe factóide

Não, certamente não. A Abin, como instituição, não fez e não faz essas coisas [grampos], mas quando digo que não descartamos nenhuma hipótese é porque trabalhamos com seres humanos. Agora, se você me perguntar qual é a probabilidade [de agentes terem realizados a escuta], eu diria que é baixa, porque os chefes têm controle de seus funcionários, disse o General Félix.

Manchete da Folha? Agentes podem ter feito grampo, diz general

Nojo, nojo, nojo infinito da imprensa brasileira.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Grampos, grampinhos e grampões

Não me iludo. A matéria da Veja sobre grampos surgiu depois da saraivada de críticas do banqueiro Daniel Dantas ao Sr. Paulo Lacerda (da Abin). O mais incrível é que, depois de confirmadas as relações incestuosas da revista com a máfia de Daniel Dantas (o jornalista Diogo Mainardi é citado como patrocinador de Daniel Dantas, no inquérito da PF), a mesma revista publica a matéria de baixíssima confiabilidade sobre os grampos. E para detonar quem? Detonar Paulo Lacerda!!!!!
O lixo da cobertura acrítica e, no caso da Veja, escandalosamente tendenciosa, criou o culpado dos sonhos de Daniel Dantas: explodiram Paulo Lacerda. Não se esqueçam que há alguns anos Daniel Dantas plantou uma reportagem na mesma Veja alegando que Paulo Lacerda mantinha contas no estrangeiro. A matéria virou inquérito policial e chegou a atividade policial à seguinte conclusão: indiciamento por crime contra a honra (a matéria era pura invencionice). Engraçado que ninguém menciona isto. Manchetes espocam por todos os lados e ninguém lembra desta matéria vagabunda, destruidora da honra do servidor público.
E, os fatos d´agora? Bem, qualquer idiota sabe que é impossível atestar a autoria de um grampo como sugere a farsa montada. Como, então, os responsáveis apontados são da Abin??? São da Abin para que a sanha de Daniel Dantas logre êxito.
Por favor, acordem!!!! Há uma CPI dos grampos desviada de foco. Os grampos, no Brasil, são um problema não da polícia. Aqui em Uberlândia, por exemplo, qualquer investigador particular, a soldo, faz grampos. Daniel Dantas é investigado por realizar um milhão de grampos ilegais.
E o que temos agora? Uma revista detonando o serviço de inteligência do Estado (sem provas) e uma CPI que se preocupa com a polícia que investiga e não com o indiciado que faz grampos!!!!!!!!!
FAÇO APOSTA DE ALTO RISCO: NÃO AFASTO A HIPÓTESE DOS GRAMPOS SEREM OBRAS DO PRÓPRIO DANIEL DANTAS.