quarta-feira, 22 de outubro de 2008
O crack nosso de cada dia
É imperioso que os Uberlandenses e os Uberlandinos tomem em alta consideração o problema do consumo de crack na cidade. A droga está dizimando a juventude dalguns bairros, transformando em zumbis a moçada. Falo como observador, de verdade, de vários processos crime nos quais tenho atuado. Mexe, vira, encontramos, de alguma maneira, as atitudes criminosas ligadas às pedras devastadoras. De tudo o que colhi, o inegável é que a droga produz um efeito gozoso inacreditável, fazendo pavimentar um caminho - quase - irreversível à dependência. Só para ilustrar, entrevista que fiz com um jovem, 21 anos, na Jacy de Assis. O rapaz era dono de uma biqueira. Mantinha o ponto de venda não porque alimentasse fortuna, poder, ou coisa que o valha. Mantinha a boca para sustentar o próprio vício. Não bastasse o cárcere, aloja nas entranhas cinco trouxas da pedra, dentro do corpo, sem defecá-las, até agora (dez dias se passaram), e com risco de morte. No passado, não tão distante, era um moço como eu, você, o seu filho, o seu vizinho. Agora, magriço, abobalhado, agradece por estar na prisão: nos dias que está lá, não consumiu a maldita.
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Um comentário:
Isto é massa crítica. A ausência do Estado em ações pró-cidadão. Aliás, onde está o cidadão? Adimplindo tributos? E a razão de existência do Estado, onde está? Esta massa crítica já nos cobra uma atuação, pois já estão nos cobrando com a perda de nossos filhos e desestruturação da família.
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