Reflexões sobre o candidato diferente
Ao lado, Obama abraça abraça os avós que ajudaram a criá-lo, na formatura da high school, no Havaí. As fotos da infância e juventude, que ilustram este post, ajudam a entender sua singularidade na geografia racial. Mãe e avós brancos, do Kansas, formação no Havaí, atividades escolares e esportivas, o único encontro com o pai depois do divórcio da mãe, na praia com o avô, a visita ao seu lado africano
A queixa de que Barack Obama não é suficientemente duro ao reagir a acusações e agressões - em suma, à sórdida campanha difamatória dos adversários - persegue o candidato desde as primárias. Um leitor sugeriu até que ele devia buscar subsídios no website de Noam Chomsky. Mas Obama, ao contrário, pode ter sobrevivido tão bem aos ataques de antes e de agora exatamente por causa da serenidade e da elegância com que os enfrenta.
O democrata poderia, sim, partir para ofensiva dura, igualando os ataques recebidos e expondo verdades devastadoras sobre a injustiça do sistema. Há munição farta. Mas na sociedade americana, isso o deslocaria da faixa dos candidatos reais à presidência, com chance de chegar à Casa Branca, para a dos meramente simbólicos - como o corajoso Ralph Nader, herói legítimo dos consumidores e, por isso, rotulado de impatriota apesar da larga folha de serviços ao país na segunda metade do século passado.
Nader contesta o próprio sistema, devassa o poder, os lobbies e a corrupção das grandes corporações cujos executivos roubam o país, o acionista, o contribuinte e o consumidor. Apesar de respeitado por estudiosos sérios que conhecem sua trajetória - desde a primeira denúncia dos crimes da indústria automobilística, antes de ampliar a luta, inspirar e mobilizar organizações e ativistas - está hoje transformado em vilão e empurrado para a condição de marginal extremista.
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