Quem não viveu na época jamais entenderá. Os anos 80 foram os anos de algumas bandas pop femininas insurgentes (insurgentes para a época). Era o começo, o ensaio da cultura que nos anos 90 perdeu a energia, de uma nova realidade das relações homens e mulheres, de um novo país e da esperança de que qualquer coisa ia acontecer e mudar. Representava a ruptura entre os jovens e adolescentes daquele momento e tudo aquilo que era considerado música bem comportada. As musiquinhas das bandas, com humor que hoje soa à coisa mais inocente, eram momentos de libertação, afirmação e qualquer coisa que desse para extravasar (baladas eram coisas caras, raras, que não podiam ser realizadas todas as semanas; política, ainda havia medo de alguma sombra repressiva). A esquisitice, aos olhos de hoje, começa no figurino e ia até o batismo das bandas. Olha os nomes das bandas: AFRODITE SE QUISER, ESPÍRITO DA COISA. Isso tocava nas rádios FM (na época não havia, ainda, MTV e internet) e tinha um certo ar de insolência, contestação suave. Hoje, a vontade dos grupinhos de rock feminino tem sabor de absoluto non sense. Para aqueles tempos, non sense era o que se podia fazer (pós ditadura, esperando democracia, crise econômica brava). Para quem gosta, dois acessos.
http://www.youtube.com/watch?v=VGx91A5YswA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=mzAmAwNEGb0
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