domingo, 22 de fevereiro de 2009

Uma palhaçada da Casa Grande

É este o título da entrevista que o moralista Jarbas Vasconcelos apresentou ao público nacional.
Chamou o bolsa família de programa eleitoreiro, comprador de votos.
É um idiota.
Repete a postura Casa Grande dos senhores de engenho.
Bolsa Família é direito social, de matriz constitucional (art. 203 da Constituição), garantia a todos os brasileiros em situação de risco social.
Muito colaboraria se, ao invés de entrevistas bombásticas, dedicasse esforços à melhorias no programa, labutasse no aperfeiçoamento da legislação infraconstitucional do direito social e, com um pouco de vergonha na cara, tratasse de lembrar que o butim nacional normalmente serve a mesa dos grandes grupos, e não dos miseráveis. Basta olhar os dados assustadores das transferências de renda aos grandes grupos para entendermos do que estão falando.

Suíca, neonazismo e quetais

Bom, acompanhamos os recortes dos dias anteriores sobre a FALTA de cobertura da nativa-nacional-informativa mídia nacional sobre a moça na Suíça. Curiosamente, quem fez a lambança, agora assovia, olha para o lado, finge que não aconteceu nada e, com cara de pau, culpa o ministério das Relaçôes Exteriores!!!!?????
Sugiro que da próxima vez substituamos as autoridades policiais dos outros países por secretários e servidores do ministério, com o intuito de aplacar a ira nativa por justiça (justiça??).

Extraído do Sítio do Sergio Leo

O caso da brasileira na suíça - sobrou pro Amorim
16 de fevereiro, 2009 • 12:22 PM | 16 comentários

Já falei disso aqui, mas estou impressionado como o que pensei como uma piada virou verdade em poucos dias. Nesse caso da suíça que não se sabe se foi ou não atacada por skinheads, quem já anda levando estiletada é o pobre do Celso Amorim. Fica difícil não defender o Itamaraty nessa, os caras apanham se não fizerem e apanham se fizerem. Não há um termo como xenofobia para descrever o ódio cego à política externa brasileira; mas que é um caso de preconceito se firmando por aí, não tem dúvida.

Recapitulemos, ou melhor, recapitulo aqui o episódio que assisti, após a visita do ministro de Relações do Uruguai. Amrim foi deixar o visitante na saída do palácio do tamaraty, sob pedidos do reportariado para que voltasse à sala de briefings, para continuar a entrevista que havia dado com o uruguaio. Amorim voltou,m dirigiu-se à escada que dá acesso ao gabinete, e foi aborado por repórteres de tv e rádio. "Ministro, o senhor tem de falar, o senhor tem de dar entrevista".

Com uma careta de desagrado, Amorim foi à sala de briefings,. Nem chegou no microfone do pódio de entrevistas. Com ar de enfado, foi cercado por jornalistas de rádio e tv, e esperou que terminase um entrevero entre cinegrafistas e radialistas.. Está lá, gravado: ele começou um discurso genérico, para dizer que o governo brasileiro estava tomando providências.

Em ocasiões anteriores, de incidentes com brasileiros no exterior, o Itamaraty foi acusado de não dar a atenção devida; o Amorim já tem pele grossa, de ser alfinetado por isso. Aliás, no dia seguinte, o indefectível Reinaldo Azevedo já brandia o tacape contra o governo brasileiro:

"não basta uma simples reação de repúdio. O governo brasileiro, de fato, precisará fazer mais, deixando claro que o empenho dos suíços em encontrar os culpados passa a ser fundamental na relação entre os dois países."

Amorim chegou a irritar-se com a insistência dos repórteres. Tentou pelo menos duas vezes acabar com a entrevista, dizendo que não havia nada a dizer enquanto não terminassem as investigações.

À primeira "É xenofobia?" ele respondeu que a polícia estava investigando, que o governo pediu explicações, queria saber dos culpados. Perguntaram umas três vezes a ele se era ou não xenofobia. E indagaram se o governo iria acionar a Comsisão de Direitos Humanos _ ao que ele respondeu que era prematuro, que esperava seriedade da investigação policial.

"Não podemos fazer nenhum pré-julgamento, mas há uma aparência evidente de xenofobia, o que é uma coisa preocupante", disse ele, após a inistência dos repórteres. E quando insisitiam em saber sobre a ONU: "Não adianta aventar hipótese agora porque não sei qual a direção que as investigações vão tomar. É preciso que as autoridades suíças façam a investigação. Temos confiança de que farão, temos confiança de que manterão a transparência e temos confiança de que haverá punição adequada porque creio que a Suíça não tem interesse em manter uma imagem negativa",

Já espectador de episíodios semelhantes, saí do Itamaraty imaginando que o Amorim ia levar pedra por não ter sido enfático o suficiente na condenação dos agressores da moça.

No dia seguinte, os jornais traziam o Amorim em manchetes de página falandode "xenofobia". E, quando a história começou a se revelar mais complicada do que à primeira vista, em todo canto começou a pipocar crítica contra a "precipitação" do Itamaraty. Até atribuiram a ele a referência à Comissão de Direitos Humanos, que saiu dos repórteres e ele se recusou obstinadamente em confirmar.

Estou defendendo o Amorim? Não. Estou condenando um factóide que me atrapalha a discussão quando esse pessoal do governo vem com a tese estúpida de conspiração da midia. Episódios como esse dão argumentos para que autoridades digam que são cobrados por coisas que não disseram e atos que não praticaram. Antes que mais algum amigo meu saia por aí repetindo uma interpretação equivocada, que pelo menos saibam como foi esse negócio.

Já os comentaristas do blogue do Reinaldo não tiveram nenhuma dificuldade em esquecer o post do mestre cobrando mais do governo, e, espumando pelo canto dos lábios, está lá, rosnando contra a "precipitação" do ministro. Aquele que Reinaldo já criticava por não por em questão a relação bilateral Brasil-Suíça por causa da moça com a perna riscada em estilo neonazista.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

    • TV GLOBO
      “Barriga” quase compromete o Brasil

    • Por Rui Martins, de Berna (Suíça) em 13/2/2009

    • Reproduzido do Direto da Redação, 13/10/2009; título original "A barriga da Globo quase compromete o Brasil"



  • A moça brasileira tinha seus problemas e provavelmente se autoflagelou. É triste.

    Mais triste é o quadro da nossa imprensa irresponsável que mobilizou o país, levou o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim a criticar um país amigo e o presidente Lula a quase criar um caso diplomático. É hora de denunciar a nossa grande imprensa sem deontologia, sem investigação, que afirma e desafirma sem qualquer cuidado e sem checar as notícias.

    A agressão racista contra Paula Oliveira não foi um noticiário iniciado em Zurique, local da suposta agressão. Estourou no Brasil, detonada por um pai – e isso é muito compreensível – preocupado com sua filha distante. E a maior rede de televisão do Brasil, a Globo, vista por mais de uma centena de milhões de brasileiros, não teve dúvidas em transformar o caso na grande manchete do dia, fazendo com que outros milhões de brasileiros, no exterior, já acuados pela Diretiva do Retorno, se solidarizassem e imaginassem passeatas e manifestações.

    Essa é a maior "barriga" da história do nosso jornalismo, que revela o descalabro a que chegamos em termos de informação ou desinformação. Equivale ao conto do vigário de Bernard Madoff, ou das subprimes do mercado imobiliário americano. Só que o Madoff está preso, mesmo sendo prisão domiciliar e vivemos uma crise econômica, em consequência dos desmandos dos bancos americanos. Mas o que vai acontecer com a TV Globo e todos quantos foram atrás ? Nada, vai ficar por isso mesmo.

    Nacionalismo ofendido

    Como um órgão de imprensa de tanta penetração pode se permitir divulgar com estardalhaço um noticiário de muitos minutos, reproduzido online, repicado por jornais, rádios e copiado por outras televisões sem primeiro checar no local? Que jornalismo é esse que se faz sem qualquer investigação, sem se ouvir as partes envolvidas? Sem deslocar antes um repórter para Zurique e entrevistar também o policial responsável pela ocorrência? Sem ouvir a própria envolvida, fiando-se apenas no relato de um pai desesperado? Sem pedir a opinião de um especialista em ferimentos e escoriações?

    Quem vai pagar o dano moral causado a essa jovem, que sem querer se tornou primeira página nos jornais? Quem vai desfazer o ridículo ao que se submeteu o nosso ministro Celso Amorim, que, baseado num noticiário de "foca" em jornalismo, sem ouvir acusação e acusado, ofendeu um país amigo exigindo que prestasse contas em Brasília por um noticiário tipo cheque sem fundo? Quem assume o fato de quase levar nosso presidente a ficar vermelho de vergonha por se basear em noticiário sem crédito, com o mesmo valor de uma ação do banco Lehmann?

    E mais – o dano sofrido pela Suíça, em termos de imagem, justamente quando seu povo tinha justamente votado em favor dos imigrantes, quem vai reparar?

    Essa "barriga" da Globo, secundada pela grande imprensa, é prova do se vem dizendo há algum tempo – não há credibilidade nessa mídia. Publica-se, transmite-se qualquer coisa, e quanto mais sensacionalista melhor. Não há responsabilidade no caso de erros, de noticiário mentiroso: vale tudo, o papel aceita tudo, a televisão transmite qualquer coisa, desde que dê Ibope – e existe melhor coisa que nacionalismo ofendido? É o que os franceses chamam de presse de boulevard, mentirosa, tendenciosa, com a opinião ao sabor das publicidades que se publicam. Sem jornalismo investigativo, sem confirmar as fontes, sem ouvir as opiniões divergentes.

    Para a história

    Vão pedir a cabeça do redator-chefe? Não, assim que se recuperarem da "barriga", da irresponsabilidade cometida, da vergonha diante dos colegas, vão jogar tudo em cima da pobre jovem, que deve ter seus problemas e que a nós não compete saber, isso é vida privada, não é Big Brother.

    É essa mesma imprensa marrom, que induz nossos dirigentes ao erro, que também publica qualquer coisa contra o que chamam de "assassino desalmado" Cesare Battisti. A irresponsabilidade de imprensa é o pior inimigo da liberdade de imprensa, porque pode provocar reações legislativas limitando os descalabros cometidos.

    Escrever num jornal, falar numa rádio ou numa televisão e mesmo manter um blog constitui uma responsabilidade social. Não se pode valer dessa posição para se difundir boatos, nem inverdades, nem ouvir-dizer; é preciso ir checar, levantar o fato, mencionar ou desfazer as dúvidas e suspeitas existentes. É também preciso se garantir o direito de ser mencionada a versão da parte acusada para evitar a notícia tendenciosa.

    A "barriga" da Globo vai ficar na história do nosso jornalismo, será sempre lembrada nos cursos de comunicações, tornou-se antológica, e nela estão entalhadas, por autoflagelação, as palavras que a norteiam – sensacionalismo, irresponsabilidade e abuso do seu poder.

    Existem, sim, problemas contra nossos emigrantes em diversos países, principalmente depois da criação da Diretiva do Retorno pelo italiano Silvio Berlusconi. Diariamente brasileiros são presos e mandados de volta na Espanha, mas isso não mobiliza a nossa imprensa, não dá Ibope.

Echo

De outra banda, o clipe do Echo, the game:
butecos do Rio de Janeiro;
o cristo redentor;
e a música maravilhosa de Ian e troupe.
Ps. Fui um dos privilegiados: 1987, Porto Alegre, maio, Echo no Gigantinho, o show da história!!!!!!!!!
http://www.youtube.com/watch?v=moib2kzxZZU

Take five

É impressionante a versão do C4 JAZZ para o clássico Take 5, do Burbeck. A salada caribenha com o prato principal do melhor do jazz. Confira em:
http://www.youtube.com/watch?v=6zOQO4Y4qbM&feature=related

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Anchovas

A anchova é peixe adequado à brasa, casa bem com o assado na churrasqueira, no fundo da casa. Selecione uma de porte médio, 1 quilo e alguns gramas, e faça o seguinte:
1. Abertura ao meio, espalmando-a.
2. Separe a cabeça (comida não se joga fora).
3. Estenda o peixe e salpique sal grosso na parte sem escamas (em pequena quantidade pois ele será dissolvido com o marinado).
4. Um limão e espalhe o caldo por toda a extensão (atenção, o coador é prudente para que se retenha o puro suco, sem gomos ou sementes, que amargam terrivelmente).
5. Deixe por 30 minutos.
6. Leve ao braseiro, sem labareda alguma, com a parte das escamas voltadas para baixo. Na parte superior, rabisque com azeite de oliva.
7. Enquanto isso, operação cabeça, utilizando-a na feitura do caldão ou pirão.
8. Refogue a cabeça em generoso azeite, com cebolas e pimenta.
9. Acrescente água e deixe ferver, ferver bastante (se quiser realizar antes de botar o peixe na brasa, um tanto melhor).
10. Quando estiver bem encorpado, duas opções: uma servir com arroz, como verdadeiro caldão; outra, engrossar no próprio caldo, com farinha de mandioca previamente dissolvida na água fria, e tirar de lá um autêntico pirão.
11. Enquanto isso, a anchova já assou. Se quiser, vire para dourar. Se não quiser, a carne branca, sem dourar, marinada previamente, é das melhores, depois de assada.
12. Umas folhas de manjericão e pronto. Bom apetite.

Ps. Encontram-se anchovas no interior, graças à logística dos grandes hipermercados.

O melhor de Floripa

Por ser o lugar de frequentadores de alta estirpe, a começar pelo Gestor-kemosabe Eduardo, e o Mano Diego, a Kibelândia ocupa o posto destaque de boteco no centro de Floripa. O desleixado atendimento, horas na espera do garçom, só faz aumentar o carimbo de autêntico boteco (onde já se viu boteco com atendimento que se preze...). A Kibelândia não está incluída no roteiro GRANDEMUNDOAFETAÇÃOCARASATORESGLOBAISCOLUNASOCIAL de Floripa, longe disso. É frequentada por verdadeiros florianopolitanos, por isso mesmo está no centro da cidade e não nas areias das praias. O casario é velho, como velho é o centro da cidade. O quibe, após angustiante espera pela boa vontade da cozinha-garçom, chega redondo, roliço, à média entre trigo e carne, para ser devorado, com ou sem chope (que também não é dos mais gelados). A combinação do Eduardo merece considerações à parte: combina quibe com gim!!
O horário ideal é o final da tarde, naquilo que se convencionou chamar de happy hour e que, na verdade, sempre foi, no Brasil, a hora de ir ao buteco (antes de inventarem anglicismos pernósticos).
Não recomendo outras ousadias do cardápio. Fiquemos com o quibe. Além disso, conta e risco do pedinte.
Vá à Kibelândia para saber como é a Florianópolis de verdade e não aquela dos contos, da Jurerê afetada, dos roteiros pastelões e pasteurizados Joaquina-Lagoa. Floripa de verdade estará lá, com toda a leva de gente dos servidores públicos, dos desocupados, dos gaúchos mudados e abrigados em Floripa, das fofocas, do desprezo pela moda de verão, das disputas entre Avaí e Figueira.

De novo, novamente, voltamos à carga

Aos frequentadores, meu bom dia. Aproveito o novo velho horário para saudá-los, retornando aos escritos de sempre. Dezembro-janeiro foram de descanso, retiro e preparação ao trabalho do ano que inicia.